Em 5 de fevereiro sindicatos e Coletes Amarelos realizaram grandes manifestações em mais de 160 cidades francesas no dia de Greve Geral Nacional.
Pouco antes, em 26 e 27 de janeiro, na cidade de Commercy, os Coletes Amarelos reuniram sua “Assembleia das assembleias”. Segundo Patrick Farbiaz, militante ecologista de Paris, que participou como observador, “foi a primeira vez desde 17 de novembro (início do movimento, NdT) que houve uma verdadeira tentativa de organização democrática de construção e a perspectiva de uma coordenação (se podemos chamar assim) dos Coletes Amarelos. Havia 75 delegações mandatadas mais 20 a 25 não mandatadas, o que dava cerca de cem delegações vindas de toda a França. Portanto, todo o território estava coberto.”
A seguir, trechos do Manifesto adotado a ser submetido às Assembleias locais.
“Desde o dia 17 de novembro, da menor aldeia rural à maior metrópole, levantamo-nos contra essa sociedade profundamente violenta, injusta e insuportável!
Exigimos o aumento imediato dos salários, dos benefícios sociais e das pensões, o direito incondicional à moradia e à saúde, à educação, serviços públicos gratuitos para todos.
E qual a resposta do governo? A repressão, o desprezo, a difamação. Mortos e milhares de feridos. Mais de mil pessoas arbitrariamente presas. E agora a nova lei dita “anti-distúrbios” visa simplesmente a impedir as manifestações.
O chamado “grande debate” é uma farsa! A verdadeira democracia, nós a praticamos em nossas assembleias, nos pontos de bloqueios, ela não está na televisão nem nas falsas mesas redondas organizadas por Macron.
[Ele] nos apresenta como multidão odiosa, fascista e xenófoba. Mas nós somos exatamente o contrário: nem racistas, nem sexistas, nem homofóbicos, nós temos orgulho de estarmos juntos, com nossas diferenças, para construir uma sociedade solidária.
Chamamos a prosseguir nos atos, a continuar as ocupações das estradas, a construir uma greve massiva a partir de 5 de fevereiro.
Propomos a formação de comitês nos locais de trabalho, de estudo.
Tomemos em mãos a nossa luta! Vamos nos organizar de modo democrático, autônomo e independente!
Vamos nos unir para transformar a sociedade!
Fora Macron! Viva o poder do povo, pelo povo e para o povo!”
Correspondente