Governo destitui interventor nomeado por Bolsonaro

No dia 16 de janeiro, o Ministro da Educação Camilo Santana, dispensou o interventor da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) nomeado durante o Governo Bolsonaro. O professor Julianeli Tolentino de Lima foi nomeado para exercer o cargo de reitor Pro Tempore até a condução do processo de transição para nomear o reitor eleito em 2019, professor Télio Nobre Leite.

Durante o Governo Bolsonaro, mais de 20 institutos federais (IFs) ou universidades federais (UFs) de ensino tiveram seus processos internos de consulta desrespeitados com a posse de reitores que não foram os mais votados pela comunidade acadêmica. Algumas universidades conseguiram reverter o processo com mobilização, como é o caso da Universidade Federal do Sergipe ou o CEFET/RJ. Mesmo após a posse de Lula, diversos IFs e UFs seguem sob o comando de interventores.

Em 2022, os reitores interventores criaram uma entidade paralela à Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) denominada Associação dos Reitores das Universidades do Brasil (Afebras) que serviu como “passador de pano” para as ações de destruição do Ensino Superior público, como o silêncio diante dos sucessivos contingenciamentos no orçamento.

Os reitores ilegítimos perseguem politicamente estudantes e professores com processos administrativos e cortam programas importantes de acesso e permanência, a exemplo dos casos da Universidade Federal do Ceará e Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

É imperativo que Lula ponha um fim ao rastro de autoritarismo de Bolsonaro. É necessário remover todos os interventores e assegurar que o processo democrático de escolha do reitor pela comunidade universitária seja devidamente respeitado. A lista tríplice precisa ser substituída por um processo interno de escolha para que as universidades e institutos federais tenham o direito de escolher seus reitores.

Victor Caique

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