1º de maio de 1978: a edição zero do jornal O Trabalho, editado pela Organização Socialista Internacionalista (OSI), hoje Corrente O Trabalho do PT, seção brasileira da 4ª Internacional, foi apresentada ao movimento operário brasileiro. Aos trabalhadores, os principais protagonistas e leitores do jornal.

47 anos depois, o compromisso, alicerçado na nossa independência financeira, nos leva a renovar o apelo que fizemos em 1978, no bônus para viabilizar um jornal “independente dos patrões e dos governos”. Renovamos este apelo hoje a todos os nossos leitores: ajudem-nos a manter um jornal independente, contribuindo com a aquisição de uma assinatura.
As dificuldades do movimento operário hoje no Brasil e no mundo atingem também a imprensa operária, da qual, com orgulho, somos no nosso país a mais longeva.
Nestes 47 anos, em periodicidade e formas diferentes não deixamos de editar nossa imprensa, acompanhado e participando da luta da classe trabalhadora. Passou a ser prática corrente no movimento dos trabalhadores e em suas organizações, a distribuição de material grátis, como se “dinheiro caísse do céu”. Sabemos que não cai e sabemos que quem financia “manda na banda”.
Jornal retrata a luta dos trabalhadores nestes 47 anos
Nestas mais de 4 décadas, O Trabalho retratou e impulsionou a luta da nossa classe no Brasil.
Em períodos difíceis da ditatura, não vacilamos em destacar em nossas páginas a luta pela libertação dos presos políticos, como os de Itamaracá, dos sindicalistas do ABC, Lula, Djalma Bom e outros, na repressão à greve. Pela anistia geral e irrestrita aos que combateram a ditadura e na denúncia dos ditadores. Foi uma edição com a foto destes criminosos, que levou a polícia a invadir nossa redação na Rua Tupinambás, em São Paulo. Não nos intimidamos, com os golpistas de ontem e de hoje.


Seguimos nosso combate lado a lado da classe trabalhadora na luta pelas suas reivindicações e pelo fim da ditadura militar. Abaixo a ditadura! Estampávamos nas nossas edições.


Da luta contra a ditadura à luta pelas organizações da classe
O movimento dos trabalhadores da cidade e do campo, impôs a derrota da ditadura. E neste movimento, dando um passo extraordinário em sua organização independente os trabalhadores fundaram o PT em 1980. Lá estávamos e reportamos esta luta por um PT sem patrões. Na fundação da CUT em 1983, lá estávamos contra a política, capitaneada pelo PCB que era contrário à fundação de uma central sindical independente.


Lá estamos e aqui continuamos na defesa da luta e das organizações dos trabalhadores. Combatemos, até contra setores do nosso partido, a ofensiva contra o PT no mensalão e na Lava Jato, defendendo os dirigentes petistas que foram vítimas desta operação orquestrada pela burguesia no país e pelos EUA.


47 anos depois, é a mesma luta que continua
Não é possível relatar todos os momentos nos quais nosso jornal reportou e impulsionou a luta de nossa classe. Esta breve retomada é para buscar o apoio de nossos leitores que nos manteve até aqui, para os desafios que enfrentamos na sustentação de nosso jornal que queremos manter impresso. Não é volta ao passado é o resgate do passado para iluminar nosso futuro. O que hoje expressa-se na necessidade de que o governo Lula mude de rumo. Vire à esquerda e não ouça o canto de sereia da Faria Lima.


A classe operária é internacional
Nestes 47 anos reportamos e impulsionamos a luta dos povos contra o imperialismo. Hoje uma luta concentra tudo: a do povo palestino pelo direito à vida, contra o genocídio de Israel. Sempre na defesa do povo palestino, nossas edições, desde o massacre de Sabra e Chatila (1982) e depois em 1987 da primeira Intifada nunca tivemos dúvida de que lado estamos: por um único Estado laico e democrático, do Rio ao Mar!


Campanha de assinaturas para manter nossa independência financeira
Com o domínio do mundo digital, manter a edição imprensa não é uma teimosia, é uma concepção. Com papel impresso na mão, a discussão e reflexão entre trabalhadores, permite avançar na luta para organizar da nossa classe.
A campanha vai até o dia 30 de maio. Os custos de gráfica e dos correios, são altos. Mas é isso, impressão e envio aos estados o que permite apresentara edição nos locais de trabalho, escolas e movimentos. Leitura e discussão coletiva e não o recolhimento individual no mundo digital!
Misa Boito, pelo Comitê de Redação de OT