Haiti, um regime ilegítimo e ilegal

Após morte de Jovenel, seu partido segue no poder

Em 7 de julho o presidente Jovenel Moïse foi assassinado em circunstâncias ainda não esclarecidas.

Em 18 de julho, uma Conferência em que participavam sindicatos e organizações políticas e sociais para discutir uma solução haitiana para a crise, sem ingerência estrangeira, não pode se concluir, pois foi brutalmente interrompida por provocadores do PHTK – Partido Haitiano Tèt Kale – o mesmo de Jovenel Moîse.

Em 20 de julho, os EUA, com apoio da OEA, colocaram no poder Ariel Henry (foto acima), também do PHTK, que havia sido nomeado primeiro-ministro um dia antes do assassinato do ex-presidente.

O funeral de Jovenel Moïse, em 23 de julho, em Cap Haitien, foi tumultuado pelas gangues (milícias armadas pelo seu próprio governo), obrigando membros da polícia, do governo e delegações dos EUA e Canadá a se retirarem às pressas.

Em 27 de julho, o ex-policial Jimmy Chérisier (vulgo Barbecue), chefe da principal gangue que atua no país, a G9, organizou uma marcha em homenagem a Jovenel Moïse e depositou flores aos pés da estátua de Dessalines, herói da independência do Haiti.

Essa degradação institucional decorre diretamente do golpe de Estado promovido pelos EUA em 2004 e pelos 13 anos de ocupação do país pelas tropas da ONU (Minustah) comandadas por generais brasileiros.

Movimentos sociais, partidos políticos e sindicatos já se mobilizam contra esse novo governo que, como o anterior, é um fantoche dos EUA. É dessa luta contra a ingerência imperialista que poderá vir a construção de um Haiti soberano e democrático.

Edison Cardoni

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