“Inaceitável”, diz o PCdoB sobre declaração de Rui Falcão contra Levy

Já o PSD é por “muda, Levy”

“Parlamentares da base aliada mostraram desconforto com as críticas públicas do PT ao ministro da Fazenda” (jornal O Estado de São Paulo, 20.10).

“Durante reunião dos líderes da Câmara, o deputado Orlando Silva (PC do B-SP) afirmou que, embora o seu partido não concorde com a política econômica colocada em prática pelo ministro, situações como essa são ‘inaceitáveis’ e causam constrangimento aos parlamentares da base, que têm de defender os projetos de ajuste fiscal no Congresso”.

De formação stalinista, tendo apoiado governos como Sarney e Itamar, o PCdoB sabe ser cara de pau: se não concorda com a “política econômica”, por que não pede a Dilma que a mude? Para não constranger quem? Seus militantes sindicais e populares… ou o ministro Levy e os bancos?

“Vários partidos abrem mão de expressar publicamente sua opinião para estabilizar a base”, disse Orlando. Mas que objetivo tem esse voto de silencio?

Há três meses, num ato em São Paulo, outro dirigente do PCdoB, Jamil Murad, criticou líderes da CUT pelo fato da central combater a política econômica. “São interesses de segmentos”, desdenhou, segundo ele, deve-se, apenas, “defender a democracia, apostando no fiel da balança, o centro, o PMDB”.

Nunca é demais lembrar 1964: a colaboração de classes extremada – silenciar sobre as reivindicações apostando no apoio de partidos patronais – foi um fator de desarme político frente ao golpismo.

Levy não muda

Outro “aliado” de Dilma, líder do PSD, deputado Rogério Rosso (DF), diz que “não era hora de começar um movimento ‘fora, Levy’. Eu sou do movimento muda Levy”.

A chance de Levy, homem dos bancos, fazer outra política é zero. A cada escorregão nas metas, ele aprofunda a aposta recessiva. Por que mudaria?

O PSD quer enganar alguém ou se engana a si próprio.

Mais científico, o PCdoB sabe das coisas, mas também é mais cara de pau, e defende esse Levy aí mesmo.

Não estará servindo, ele também, a Levy e aos bancos?

Markus Sokol

Artigo originalmente publicado na edição nº 775 do jornal O Trabalho de 22 de outubro de 2015

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