Nomeação de Lula deve servir à aplicação de medidas à favor do povo.
A ofensiva das forças reacionárias se intensificou depois que o Diretório Nacional do PT decidiu apresentar a Dilma um Programa de Emergência, na contramão do ajuste exigido pelo imperialismo, política que seu governo aplica e que impõe um brutal sacrifício às massas trabalhadoras.
É nessa conjuntura, com a burguesia combatendo o Programa do PT, que no dia 4 de março, o juiz Moro, revelou o verdadeiro caráter da Lava Jato, extrapolando os limites, com a condução coercitiva de Lula.
A Operação Lava Jato visa desmoralizar e destruir as organizações dos trabalhadores, a começar pelo PT, e conduzir o país à situação em que se derrote a resistência às medidas como reforma da previdência, flexibilização na legislação trabalhista, entrega das riquezas nacionais, a começar pelo pré-sal, entre outras. É verdade que Dilma vem aplicando o ajuste fiscal, contra o mandato que lhe foi dado nas urnas. Mas, é verdade também que a profundidade e a rapidez exigidas pelo capital financeiro não podem se realizar, diante da resistência da base social que a elegeu. Por exemplo, tudo indica que Dilma não conseguirá realizar seu objetivo, anunciado em alto e bom som, de enviar até abril ao Congresso Nacional o projeto de reforma da previdência. A resistência das organizações sindicais e do PT emperrou o ritmo planejado.
Essa resistência guarda toda relação com o que se viu no dia 4 de março, quando a militância do partido reagiu prontamente em defesa de Lula e do PT.
E o fundo é que, na aguda situação da luta de classes no Brasil, a classe trabalhadora – em que pese a ofensiva da direita e as lambadas que tomou do governo que elegeu – não está derrotada. Não está derrotada, e com suas organizações estará disposta a se levantar e apoiar a guinada que se exige na política econômica do governo, em benefício das amplas massas, única saída para a fragilização brutal na qual o governo se encontra.
No fechamento dessa edição, uma nova situação se abria com a nomeação de Lula, como ministro da Casa Civil. Não por que ganhou foro privilegiado no STF para “escapar” de Moro. Até porque as arbitrariedades de Moro têm tido cobertura do STF.
A questão é que Lula, criticando a posição do ministro Nelson Barbosa, que insiste no ajuste, declarou que “parece que todo mundo que entra nesse governo vira Levy”.
O que é realmente um problema, pois a profundidade da crise e a fragilização do governo Dilma começou a se desenhar com a nomeação de Levy – e aí a responsabilidade não foi só de Dilma – com a implementação das medidas de ajuste que trouxeram os milhões de desempregados, os cortes nos serviços públicos e a retirada de direitos num ataque frontal às massas trabalhadoras.
A situação nova, aberta com a nomeação de Lula, vai significar para a classe trabalhadora uma nova e melhor situação? A resposta a isso, por atos e não só palavras é decisiva.
O Programa de Emergência do PT aponta medidas nessa direção, como a forte redução da taxa de juros, a utilização das reservas internacionais para um Fundo Nacional de Desenvolvimento e a retomada da reforma agrária, entre outras.
Nenhuma ilusão de que acenos e acertos com os partidos e instituições golpistas possam apaziguar seus ânimos. Fernando Henrique Cardoso, um dos caciques do PSDB, diante da nomeação de Lula, reagiu “você não pode dirigir esse país sendo analfabeto. Não dá“. O que não dá mais é aguentar essa elite reacionária querendo impor sua política!
Medidas econômicas a favor do povo trabalhador podem virar o jogo e levantar sua força organizada para defender ela e ao governo derrotando os reacionários pró-imperialista.