Cem dias de governo Dilma.
Março terminou com a marca das mobilizações na construção civil. Contra as terríveis condições de trabalho a que estão submetidos pelas grandes empreiteiras, em especial nas obras do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), 170 mil trabalhadores fizeram greve, em vários Estados, e arrancaram algumas reivindicações. E os mesmos trabalhadores alertam “se não pagarem direitinho, vamos parar de novo”.
No início de abril começa a jornada nacional de luta pela reforma agrária, jornada que o MST realiza desde o massacre dos 19 trabalhadores em Eldorado dos Carajás, em 17 de abril de 1996. Fazendas começam a ser ocupadas, manifestações e marchas. O MST quer colocar na pauta do governo Dilma a questão da reforma agrária. Depois dos dois mandatos de Lula, nos quais a reforma agrária não foi feita, e o governo Dilma sequer estabeleceu metas de assentamento.
No Brasil, como em outros países, com forma e ritmos nacionais, os trabalhadores e os povos retomam a ofensiva contra a política imperialista, numa luta que tem o mesmo conteúdo: a recusa em aceitar a destruição que lhes oferece o sistema em crise. Eles se mobilizam e têm o ponto mais avançado de sua luta na revolução tunisiana.
O imperialismo pressiona, quer disciplinar todos os governos na sua política de cortes de gastos, “redução dos déficits públicos” para alimentar a especulação e a guerra. Foi no Brasil que Obama, enquanto fazia discurso pela “transição democrática”, anunciou a inaceitável intervenção militar na Líbia!
O que fazer?
No dia 2 de abril, 151 delegados reunidos no 3º Encontro Nacional do Diálogo Petista discutiram como ajudar a reforçar a luta para fazer valer a vontade do povo.
A nação brasileira não precisa vender o que ainda resta de estatal, como a Infraero e os aeroportos, ameaça contida numa Medida Provisória publicada pelo governo. A nação precisa é de recuperar o que lhe foi tirado, como retomar o controle sobre todo o petróleo, e todas as empresas que foram privatizadas.
A nação brasileira não precisa da política que alimenta a especulação que fez com que, só nos dois primeiros meses do ano, R$ 38,4 bilhões fossem torrados no saco sem fundo dos juros da dívida pública. Dinheiro que seria mais que suficiente para assentar todas as famílias acampadas e dar condições de produção nos assentamentos.
Para lutar por essas conquistas os trabalhadores no Brasil construíram seu próprio partido. O PT tem a responsabilidade de se colocar ao lado dos trabalhadores, rompendo com a subserviência ao Planalto, para ajudá-los, através de sua própria mobilização, a impor suas reivindicações.
Com essa disposição o Diálogo Petista adotou um manifesto e várias iniciativas. O primeiro compromisso é engrossar o 1º de maio convocado pela CUT ao redor de uma plataforma que corresponde aos interesses dos trabalhadores. Os petistas estão convidados: participem das plenárias de prestação de contas do encontro que serão organizadas nos Estados e juntem-se a esse esforço que busca ajudar a luta dos trabalhadores!