Oposição declara guerra à PEC 06, “centrão” manobra
Em 26 de março veio a público uma nota assinada por Haddad (PT), Boulos e Sonia Guajajara (PSOL), governador Flávio Dino (PCdoB-MA) e ex-governador Ricardo Coutinho (PSB-PB), com quatro pontos centrais: defesa da democracia, contra a entrega das riquezas nacionais, liberdade para Lula e contra a proposta de reforma da Previdência de Bolsonaro.
Sobre a Previdência, a nota declara: “Estamos atentos e mobilizados para evitar agudos retrocessos sociais, trazidos por esse projeto de Reforma da Previdência, centrado no regime de capitalização e no corte de direitos dos mais pobres”. O que reforça a posição do PT e sua bancada federal de oposição global à PEC 06, recusando entrar no jogo de “melhorar” o que é inaceitável.
“Centrão” tenta jogar uma isca
No mesmo dia 26, uma nota assinada por líderes de 13 partidos, que contam com 291 votos na Câmara, do MDB ao Patriota, passando pelo DEM e PSDB (mas sem o PSL de Bolsonaro), se posiciona contra alterações no BPC (benefício ao idoso carente), na aposentadoria rural e também contra retirar da Constituição as regras da Previdência. Ao mesmo tempo esses líderes partidários afirmam que a reforma da Previdência é “importante e necessária”.
A operação consiste em tirar os “bodes da sala” – BPC e aposentadoria rural – para tentar atrair a oposição para uma negociação sobre idade mínima, aumento do tempo de contribuição e redução dos benefícios. Manobra que deve ser recusada pelo PT, mas que não deixa de refletir a dificuldade do governo de conseguir os 308 votos necessários para a sua malfadada “reforma”.