Em pleno avanço e epicentro mundial da pandemia, sem vacina e teste para todos, o país perdendo um profissional de saúde a cada 19 horas para o Covid-19, e em Osasco, 6° município mais populoso do estado de São Paulo, os médicos trabalham, mas não recebem, há dois meses e meio.
Só depois de 4 anos o Secretário da Saúde de Osasco “percebeu” que uma das Organizações Sociais que dominam a saúde da cidade e que contratam Médicos de todas as especialidades como PJ ou como “cooperados”, para UBSs, Upas, Resgate, Covidário e hospitais não está legal e decidiu substituir a empresa que estava saindo (Pires&Vance) pela Dermacor e a Medical Corp.
A empresa substituída quer esquecer de pagar dois meses e meio e a que está entrando lavou as mãos e achava que tudo continuaria igual e os médicos, precisando do emprego e salário, continuariam trabalhando normalmente e esqueceriam os atrasados.
Mas não foi bem assim.
Os médicos se organizaram e foram à luta. Foi criado um grupo no WhatsApp, levantado uma pauta de reivindicações e convidado o Sindicato dos Médicos (Simesp) para junto com os médicos exigirem reunião de negociação com o Secretário da Saúde e indicativo de greve a partir do dia 08/03, diante do calote que se anunciava e as péssimas condições de trabalho. Foram levantadas algumas reivindicações:
1- Trabalho igual, salário igual para todas as especialidades;
2- Valor da hora R$ 147,50;
3- Pagamento no último dia do mês, o valor das horas trabalhadas do mês anterior.
4- Garantia do pagamento do 2 meses e 15 dias, devido pela Pires&Vance;
5- Concurso Público;
6- Estabilidade de 4 meses para a Comissão Negociadora.
Sabendo da disposição da categoria e temendo ser responsável por uma greve de médicos em plena pandemia do Covid-19, o secretário ligou para o Sindicato e propôs uma reunião em 07/03, em pleno domingo, prontamente aceita pela categoria.
Na reunião o secretário reconheceu e se responsabilizou pelo pagamento dos meses atrasados e, disposto a negociar, assinou a ata de reunião.
Em assembleia online, a categoria referendou a proposta negociada pelo sindicato e adiou a greve. Mas, “confiando desconfiando”, marcou nova Assembleia virtual para o dia 12/03, prazo para o recebimento dos atrasados, e se declarou em estado de greve. Se o secretário não cumprir o assinado, greve a partir do dia 12/03.
A categoria junto com o Sindicato apresentou sua pauta de reivindicações e se colocou disposta para negociar, entendendo que o objetivo dos trabalhadores não é a greve e sim o atendimento de suas reivindicações. Mas se preciso, farão, sim, a greve.
M.E.L.T.