Em 27 de abril os metalúrgicos da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) rejeitaram a nova proposta da empresa, negociada com a direção do sindicato. Dos cerca de oito mil trabalhadores diretos da CSN, 6396 rejeitaram a proposta e apenas 262 apoiaram.
Durante a pandemia e até mesmo antes dela, a CSN vinha batendo recordes de lucro, ao passo que continua pagando o pior salário do Brasil para metalúrgicos.
Dentro da empresa, a falta de manutenção dos maquinários tem colocado em risco a vida dos trabalhadores. Faz parte do dia a dia dos operários da usina e familiares de Volta Redonda, notícias de acidentes e mortes dos metalúrgicos. Tudo isso sob a pressão do patrão que obriga turnos cada vez mais pesados aos trabalhadores.
Recentemente, paralisações nos setores dentro da usina mobilizaram milhares de trabalhadores que construíram uma marcha até a sede do sindicato para exigir da diretoria que a negociação fosse a favor do interesse dos trabalhadores que querem um reajuste justo e melhores condições de trabalho. A marcha, construída de forma independente, deu o tom do tipo de resistência que os operários estão dispostos a fazer. Após as mobilizações, a CSN demitiu por volta de 100 trabalhadores, tentando intimidá-los e, mesmo assim, a resposta na votação do acordo coletivo deu o tom do espírito dos operários. Disseram um uníssono não à direção da empresa! O Tribunal Regional do Trabalho, em 3 de maio deu ganho de causa aos 10 primeiros demitidos (da comissão que organizou as paralisações), num parecer que reconhece o legítimo direto à paralisação e determina a reintegração aos seus postos de trabalho.
A resistência continua
As demissões que a diretoria da CSN fez após as paralisações foram com intuito de desmobilizar os trabalhadores. As paralisações diminuíram, mas a resistência segue. Mesmo sob pressão para que os trabalhadores aceitassem a proposta da empresa, esta retumbante recusa confirma o espírito de resistência que a categoria demonstrou. Segundo a direção do sindicato, ligado a Força Sindical, a negociação com a empresa vai continuar, até chegarem a um denominador comum. Pelos corredores da empresa o que os peões falam é que: “abaixo de 15% de reajuste, não tem conversa!”
Jeffei