Metroviários de BH em greve contra privatização

Os metroviários da CBTU (Cia. Brasileira de Trens Urbanos), empresa estatal federal, lutam há mais de duas décadas contra a privatização da empresa. Depois da privatização do metrô de Salvador, a “mira” se voltou para a empresa em Belo Horizonte.

Tribunal de Contas da União (TCU) aprova a privatização
Em 24 de agosto e às pressas o TCU aprovou a privatização do metrô de Belo Horizonte a partir de um projeto cheio de irregularidades e metas que os metroviários questionam, mas que o governo Bolsonaro e Zema, assim como o TCU, não respondem visto que o fundamental é passar um serviço público à iniciativa privada.

Com a decisão, os metroviários imediatamente paralisaram em 100% suas atividades, mas a CBTU recorreu ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT) que exigiu a volta em 60% do funcionamento do metrô, sob pena de uma multa diária de R$ 35mil.

Sindimetro-MG com a palavra
Daniel Glória Carvalho, presidente do Sindicato, analisou como a categoria está vendo a situação. “Há anos nós metroviários lutamos contra a privatização. Há anos convivemos com a empresa sendo sucateada através de corte de verbas e sem um único investimento. Mas o dinheiro existe quando se trata de usá-lo para iniciativa privada. Serão R$ 2,8 bilhões do governo federal e R$ 430 milhões que virá do governo Zema como parte do acordo com a Vale, produto do crime de Brumadinho. Aos trabalhadores informam que terão 12 meses de estabilidade na empresa privada e nada mais. O clima entre os metroviários é de insegurança. Muitos faltando poucos anos para se aposentarem se preocupam com a possibilidade de ficarem sem trabalho e sem aposentadoria”. Diante da grave situação, Daniel explica que “só nos restou ir à greve ao mesmo tempo que seguimos na tentativa de barrar o leilão. Queremos retardar tudo isso o máximo possível esperando derrotar o governo Bolsonaro nas urnas. Aí acredito que teremos melhores condições para impedir a nossa e qualquer outra privatização.”

A partir do final de setembro o leilão poderá ser marcado a qualquer momento. O movimento dos trabalhadores contra a privatização exige a mais ampla solidariedade.

Sumara Ribeiro

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