Momento decisivo na luta contra a PEC 32

A resistência dos servidores públicos e o desgaste do governo Bolsonaro, num cenário de fome e desemprego somado a denúncias como a dos US$ 10 milhões (R$ 55 milhões) em offshore do ministro da economia, dificulta reunir os 308 votos necessários para aprovar a PEC 32 na Câmara dos Deputados.

Cada semana que passa sem que o governo consiga votar em plenário é uma vitória parcial.

Na quinta-feira (7) o ex-presidente Lula recebeu sindicalistas dos servidores das três esferas e também de estatais – Correios e Banco do Brasil – para afirmar a necessidade de empresas públicas, concursos e serviços públicos para garantir a soberania nacional. As entidades entregaram a Lula a “Carta das três esferas”, em que reivindicam que, se eleito em 2022, ele se comprometa a revogar as reformas de Temer e Bolsonaro e restabeleça a paridade retirada com a reforma da Previdência de 2003, no seu governo.

Guedes e Lira “vão às compras”
Acossado pelo prazo político, o ministro Paulo Guedes e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) saíram às compras. A imprensa noticia que o governo reservou R$ 6 bilhões para emendas parlamentares através das chamadas “emendas do relator”, aquelas emendas ao Orçamento sobre as quais apenas o relator da Lei Orçamentária tem poder. Esse valor equivale a R$ 20 milhões por deputado/voto, um retrato de o quanto as instituições e a democracia brasileiras são desfiguradas.

Contudo, as dificuldades do governo são reais e o dinheiro pode não ser suficiente ou chegar na hora errada. Nesta mesma semana, o plenário da Câmara aprovou, por 310 votos a 142, a convocação de Guedes para prestar esclarecimentos sobre o caso Pandora Papers. Os defensores de Guedes obtiveram apenas 142 votos, menos da metade do necessário para conseguir aprovar a reforma administrativa.

Preparar o 28 de outubro e seguir a pressão
Dia 7, aproveitando a presença das caravanas em Brasília, as entidades cutistas em reunião presencial decidiram chamar uma nova plenária nacional virtual cutista de todos os ramos do serviço público. O objetivo é preparar um novo Dia Nacional de Luta para 28 de outubro, dia do servidor. A presença de delegações em Brasília e as mobilizações nas cidades são fundamentais para garantir a derrota da PEC, que será um duro golpe no governo Bolsonaro

Marcelo Carlini

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