Motoentregadores de São Carlos-SP se organizam por reivindicações

Um coletivo de motoentregadores autônomos decidiu se organizar por suas reivindicações depois do sucesso do movimento de greve dos entregadores de aplicativos em 1 de julho.

A primeira ação do grupo foi levantar suas reivindicações na prefeitura. Muitos trabalham como entregadores de moto autônomos, trabalhando diretamente para empresas e não por aplicativos, e vivem as dificuldades de passar o dia sobre a moto e enfrentar os riscos do trânsito e da pandemia para poderem ganhar a vida.

O trabalho intermitente, desregulamentado, faz com que muitos deles, apesar de trabalharem quase todos dias, passem por dificuldades. Um dos motoentregadores relata que sofreu um acidente mas “como a gente não tem registro é difícil, vou ficar 30 dias sem ganhar nada”.

Considerados trabalhadores autônomos, têm que tirar do próprio bolso o dinheiro para comprar equipamentos de proteção como máscaras e álcool em gel, indispensáveis para se proteger do vírus. Além de trocar peças e consertar as motos, com a grana curta, sobra ainda menos.

Por isso no último dia 10 de julho protocolaram uma pauta de reivindicações na prefeitura municipal solicitando do poder público cestas básicas, EPIs e gás aos entregadores em dificuldades financeiras. Mayke Marcolino, um dos motoentregadores do coletivo conta “no começo o pessoal estava descrente que a gente ia conseguir alguma coisa, mas nós não desistimos, fizemos uma lista e fomos na prefeitura.” As reivindicações foram atendidas em parte no dia 20, o que animou a mais motoentregadores entrar na luta por melhorias nas suas condições de vida.

Mayke relata que agora que conseguiram essa primeira vitória “O pessoal animou. Vamos organizar mais motoentregadores e lutar para que o poder público olhe para nossos problemas.”

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