MT: um candidato do PT se apresenta

Os militantes do Diálogo e Ação Petista (DAP) e do mandato do deputado estadual Lúdio Cabral (Movimento PT) estão defendendo uma candidatura própria do PT a governador.

A candidatura do PT reverte a situação inédita em que o governador Mauro Mendes (União, bolsonarista) diz na imprensa que, solitário, “vai ganhar por WO” a reeleição, sem oposição.

Outros nomes divulgados no âmbito da Federação com o PT – Maria Lúcia (ex-reitora), do PCdoB, e Stoppa (atual vice-prefeito da capital), do PV – não são para valer, mas para divulgar os seus nomes e se retirar.

No PT, para concorrer mesmo, se apresentam candidatos Domingos Garcia, presidente da Associação de Docentes da Universidade estadual (Adunemat) e Reginaldo Araújo, presidente da Associação de Docentes da federal (Adufmat). Lançado numa plenária do DAP, Domingos justificou assim a sua candidatura em entrevista a OT.

O Trabalho – Como está a situação no estado governado há anos por representantes do agronegócio?
Domingos Sávio –
Mato Grosso é um estado dos mais desiguais do Brasil. De um lado, vive em Mato Grosso a mulher mais rica do Brasil, que é ligada ao agronegócio; de outro lado, temos a tristemente célebre fila dos ossinhos, onde a população pobre procurando algo para comer no estado que é um grande exportador de soja, milho e carne.

A minoria dos barões do agronegócio sempre foi beneficiada pelos governos estaduais e federais, com isenções fiscais, financiamentos, obras e benefícios que potencializaram o seu enriquecimento, mas que querem continuar a governar o estado e se beneficiar das ações governamentais de Mauro Mendes e Bolsonaro. Em particular, com o estímulo à grilagem de terras públicas, à mineração em terras de indígenas e de comunidades tradicionais, bem como com ataques ao meio ambiente, com desmatamentos e queimadas.

OT – Por que o DAP decidiu lançar a sua candidatura a governador pelo PT?
DS –
Porque entendemos que é da responsabilidade do PT lutar por uma expressão própria, conforme a sua força no estado e no país, passando pela norma legal da Federação com PCdoB e PV, comum candidato pra valer. Um candidato que defenda Lula com um programa que rompa com as políticas dos últimos governos do estado (inclusive o atual) identificados com o agronegócio, que fortaleça os serviços públicos, que apóie a agricultura familiar e estabeleça políticas em benefício da maioria do povo.

OT – Como está a repercussão da sua candidatura na base?
DS –
Entre os sindicalistas, entre os jovens, na base do PT, espremida pelos ataques de Bolsonaro e do governo Mauro Mendes aos direitos, aos serviços públicos, muitos se perguntam: em quem iremos votar para derrotar esse governador? A minha candidatura procura responder a essa busca, apresentando uma candidatura identificada com a luta pelas reivindicações sociais mais urgentes, pela vitória de Lula e pela reconstrução e transformação do país, o que, em minha opinião, passa pela convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte, para que o povo defina soberanamente quais instituições que lhe servem. Por isso, estou engajado na preparação do Ato Nacional Pela Constituinte com Lula de 2 de julho. Estaremos lá com uma delegação representativa do nosso estado.

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