Por todo o país entregadores de aplicativos que trabalham com motos, bicicletas e até a pé realizaram neste 1° de julho uma greve nacional. Entre as principais reivindicações estavam: Aumento da taxa por entrega, fornecimento de refeição, fim do sistema de pontuação, fim dos bloqueios arbitrários, seguro de vida, acidente e roubo, auxílio-Pandemia – EPIs e licença remunerada em caso de covid-19. O Básico.
O movimento é o primeiro de alcance nacional, mas ainda sem uma organização nacional estruturada, viralizou principalmente com base nos grupos de Whatsapp dos próprios entregadores.
Manifestações e piquetes mostraram a força do movimento em todo o país. Rio, Brasília, São Luís, Recife… Em São Paulo, um verdadeiro enxame de motos e bicicletas saiu da Av. Paulista e desceu a consolação em direção ao Tribunal Regional do Trabalho.
Já em Belo horizonte uma manifestação também reuniu milhares, percorreu ruas e avenidas da cidade e encerrou aos gritos de “trabalhadores unidos jamais serão vencidos”.
Em Campinas, na entrada do maior shopping da América Latina entregadores fizeram um piquete travando a saída de pedidos de comida por aplicativo para a janta.
Num universo crescente de trabalhadores considerados “autônomos”, estima-se que as empresas de aplicativos como Rappi, Uber eats e Ifood, somadas, já são as maiores “empregadoras”. Ainda no ano passado, antes da pandemia, elas já empregavam quatro milhões de pessoas no Brasil.
Muitos desses trabalhadores possuem uma jornada de trabalho em média de 12 horas diárias ganhando em média R$ 936 por mês. O pagamento por entrega é tão pequeno nesse sistema que leva a 57% a trabalharem todos os dias da semana, sem folga, conforme uma pesquisa feita em São Paulo ainda no ano passado.