Dirigimos esta carta aos companheiros do Partido dos Trabalhadores, especialmente aqueles que vêm se mobilizando em atos, debates e outras formas de defesa dos direitos democráticos ameaçados pelo julgamento político de “exceção” da Ação Penal 470 no STF.
Companheiros e companheiras,
Submetido o PT a um cerco de forças conservadoras, do STF e da grande mídia, do PSDB, certos “aliados” e até “esquerdistas”, nós, neste PED, queremos fazer um chamado à mais ampla unidade em defesa do PT.
A tentativa em curso de acuar o PT é inseparável das enormes pressões que se abatem sobre a nação e tem origem na crise do sistema capitalista.
Essas pressões ecoam no governo Dilma. E apesar de concessões privadas feitas ao “mercado”, desonerações da folha de pagamentos e novos leilões de áreas petrolíferas, a classe dominante exige mais, muito mais. Quer voltar às velhas regras de exploração do petróleo no Pré-Sal, sabota a redução das tarifas elétricas, pressiona pela elevação das taxas de juros, questiona os aumentos salariais duramente arrancados, e até prega a volta do desemprego para combater a inflação! Para isso, a existência do PT, da CUT e outras organizações populares é um obstáculo para as classes dominantes.
Os setores dominantes, articulados internacionalmente com o imperialismo estadunidense que se move em escala continental – a começar da Venezuela ! -, e internamente abrigados nas instituições de um Estado que, essencialmente, não mudou em 10 anos de governos do PT, esses setores querem voltar ao exercício direto do poder político (com mister Neves, do PSDB, atrás da Rede de Marina, ou ainda com Eduardo Campos).
Por que a direção não reage?
A cúpula do PT, imersa na mesmice, parece não querer dar-se conta da situação, como se fosse tudo “mais uma eleição”. De fato, a direção não quer questionar o STF. Tampouco levanta a punição aos responsáveis dos crimes da Ditadura. Assim como não quer desmontar a estrutura agrária. Não cogita abolir a ditadura da dívida (através do superávit primário), ou reestatizar as empresas privatizadas e revogar a lei da OSs, ou ainda centralizar o câmbio para proteger a nação. Há quase 9 anos silencia sobre a participação na ocupação do Haiti pelas tropas da Minustah.
A direção continua navegando na mesma linha de alianças que trouxe o PMDB de Renan, Cabral e Sarney, junto com o PSC de Feliciano e outras siglas de aluguel, com seu colateral de corrupção e “caixa dois”, que foi, afinal, a mesma orientação “ampla” da nomeação dos juízes do STF, hipócritas que se voltam contra o PT.
Nós temos consciência de que os avanços destes anos em termos de emprego, salário e condições de vida, foram conquistas sociais protagonizadas pelas organizações populares que apoiaram a eleição do PT. Não são benesses da “coalizão” no governo.
Por isso, a primeira questão é a defesa do PT sob ataque. O que leva a enfrentar as instituições herdadas através de uma verdadeira reforma política para abrir caminho à plena vigência da soberania popular, sem as travas do poder econômico, o Senado antidemocrático e as regras desproporcionais de representação.
Isso implica não ter medo de levantar a bandeira de uma Assembléia Constituinte Soberana com poder, não como a meia-sola da “transição por cima” em 1986-88, para fazer as reformas de fundo nas instituições e na sociedade.
Sim, porque o principal, aquilo para que o PT foi fundado há 33 anos, as profundas reformas de Estado e as necessárias transformações na sociedade para estabelecer a justiça social e a soberania nacional, o principal está por ser feito!
Companheiros e companheiras,
Centenas de milhares de petistas que buscam o mesmo que nós, serão convocados a renovar as direções e eleger delegados ao Congresso do partido da estrela vermelha, mesmo que muitas vezes não encontrem no partido esse instrumento.
Sobre as bases acima, nós fazemos aqui este chamado unitário aos quadros e militantes que atuam nos movimentos sociais, nos diretórios, nos parlamentos e nas administrações, a todos que estão honestamente preocupados com o esvaziamento político e as deformações nas instancias que o último Congresso do PT não aliviou.
Vamos discutir livremente entre nós, individual e coletivamente, a formação de uma chapa nacional para o PED capaz de realizar o diálogo urgente e necessário com a nação petista.
15 de Abril de 2013
Edmilson Menezes, PT – Pernambuco (ed1951@ig.com.br);
Vera Lucia, Fórum da Reforma Agrária DF e Entorno (verinha@cut.org.br);
Manoel Rodrigues, direção do Sindsep-DF (manoelrodrigues.edu@gmail.com);
Antonio Battisti, membro DM-PT de São José – SC (vereadorbattisti@gmail.com);
Lino Peres, vereador PT-Florianópolis – SC (professorlinoperes@gmail.com);
Julio Turra, membro da Executiva da CUT (julioturra@cut.org.br);
Misa Boito, membro Diretório Regional do PT-SP (misaboito1@hotmail.com);
Rodrigo Valverde, membro da Executiva PT – Mogi das Cruzes – SP (rodrigovalverdept@gmail.com);
Andre Machado, presidente Zonal Matriz PT – Curitiba -PR (andrecbm@yahoo.com.br);
Gustavo Erwn Red, membro DM do PT de Curitiba – PR (gerwincms@gmail.com);
Markus Sokol, membro Diretorio Nacional do PT – SP (msokol@uol.com.br);
Joselito de Almeida, membro Executiva PT-Itaquaquecetuba – SP (jsalmeidapt@hotmail.com).