A Corrente O Trabalho, com o Diálogo Petista, está em campanha pela defesa do PT e dos direitos democráticos, contra a Ação Penal 470 do STF. Setores do partido respondem positivamente, mas há obstáculos.
A batalha continua e a discussão é livre. Nela, vale um diálogo com os companheiros da Articulação de Esquerda (AE). “Estes atos não ajudam o Partido, não ajudam o governo”, disse Valter Pomar, dirigente da AE e membro da Executiva Nacional do PT.
Em editorial o jornal Pagina 13 (publicação da AE), apresenta argumentos. O texto afirma que “transformar em centro da tática o tema do julgamento” é um erro que facilitaria o jogo dos inimigos. Isso, mesmo se reconhecem que STF “atropelou diversos quesitos indispensáveis para a legalidade e legitimidade da Justiça”!
E por que o STF faz assim?
Porque o STF age como um instrumento dos nossos inimigos de classe que avançam contra o PT, através da condenação de seus dirigentes. E querem acuar o partido diante dessa ofensiva.
É todo o contrário do que afirma a Articulação de Esquerda. Não reagir é que é cair na armadilha dos nossos inimigos, permitindo que prospere a ofensiva que coloca uma espada sobre a cabeça de todo movimento de massas, com as condenações sem provas.
“Defender o PT é manter uma relação de honestidade política com a classe trabalhadora”, afirmam. Honestidade com a classe trabalhadora é explicar aos trabalhadores que as alianças e o governo de coalizão não reforçam a sua luta e seu partido.
Afinal, o que facilitou essa ofensiva foram as alianças, decididas pela maioria da direção do PT, com o voto da AE nas mais importantes.
Em artigo, Wladimir Pomar condena a “aliança espúria com Marcos Valério” (!) decidida por “alguns dirigentes” e que “envolveu conhecidos dirigentes corruptos e corruptores de outros partidos”. Mas não houve aliança com Marcos Valério, e sim com partidos, e os meios buscados para viabilizá-las é que trouxeram um Marcos Valério.
O problema é com que partido se alia o PT. E não de ética individual. É a aliança com o PMDB que traz os “corruptos e corruptores”, como Renan Calheiros, eleito presidente do Senado com o apoio do PT e do governo. O mesmo PMDB do vice-presidente Michel Temer, que afirma que a condenação do STF “aplicou o princípio da igualdade”!
A direção do partido submerge a comemoração dos 33 anos do PT na comemoração dos 10 anos de governo, exaltando justamente essas alianças. Aliados, como o PSB que na campanha eleitoral acusava o PT de mensaleiro, ou o PSD de Kassab. Eles é que não querem ouvir falar em defesa do PT e de seus dirigentes. .
Independentemente de intenções, o fato é que dizer que combater a ofensiva do STF faz o jogo do inimigo corrobora a posição dos que querem aprofundar a política que abriu o flanco para esses ataques.