Eleito dia 2 com o voto unânime da bancada do PT, o novo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM), já no dia seguinte, 3 de fevereiro, urdiu e aprovou por maioria a “autonomia do Banco Central”, bandeira histórica da direita pró-mercado.
Surpresa?
Se você nunca tinha ouvido falar dele, não tem problema, o povo também não. Mas anote aí, porque eleito presidente do Senado com o apoio do PT, agora vai se ouvir falar do poderoso Pachecão.
No seminário do Grupo Prerrogativas, grupo de advogados alguns deles petistas, no último dia 20, Pacheco foi questionado sobre a nomeação de generais-ministros e respondeu claramente: “não posso recriminar e dizer que há um movimento de militarização, mas sim de escolha de pessoas que possam exercer esses papéis”.
Surpresa?
Na mesma ocasião, o capacho de Bolsonaro, Pacheco, ainda afirmou que “nós precisávamos das reformas trabalhistas, da Previdência e precisamos da reforma administrativa e da tributária”.
Mas já “sobre uma reforma política”, fechando com chave de ouro, “o presidente do Senado avaliou que não é o sistema eleitoral que define ‘a qualidade da classe política’” (OESP, 20/02/21).
Dileto filho da elite reacionária “representada” no Congresso, Pachecão foi o candidato apoiado pela bancada do PT para presidente do Senado. O argumento para justificá-lo foi que o advogado era “garantista” (garantidor de direitos). Pachecão, vamos combinar, é um garantidor do “mercado”!
A bancada do PT não se envergonha de tê-lo apoiado?
J.A.L.