Para enfrentar a pressão

Acabando a Copa da FIFA começa a campanha eleitoral oficial num cenário já de polarização aguda. No pano de fundo, o último relatório do FMI de junho, diagnostica que o “gargalo do Brasil é o excesso de consumo (!)”. Ele considera que as “medidas necessárias” (o leitor pode imaginar, mas nem o Fundo nem Aécio explicitam) “exigem consenso”. Difícil. Então o fundo estadunidense JP Morgan admite que no Brasil “questões políticas estão influenciado as cotações” (Wall Street Journal de 12/6).

Sim, existe um mau humor do “mercado”, na verdade, interessado em impor mais medidas em benefício próprio. Mas existe também o problema das condições de vida decorrente de graves e centenárias questões não resolvidas que preocupam o trabalhador. Ainda mais que acaba de cair em maio o nível de emprego industrial e a massa real de salários no setor. E tudo isso apesar da prorrogação das desonerações fiscais aos patrões.

De fato, depois de puxar a baixa na taxa de juros o Banco Central de Dilma voltou a elevá-la para agradar os “reclamões” do mercado. Como se não soubesse que com isso faz subir o câmbio e aumenta a desindustrialização (cai exportação industrial), o que deprime justamente o emprego na indústria”.

Como se não soubesse que os juros campeões forçam fazer mais superávit fiscal primário para remunerar a divida com os banqueiros e especuladores.

O governo sabe disso. Sabe que tem que livrar- se da ditadura do superávit primário para investir a fundo em serviços públicos de qualidade – a exigência de mudança que apareceu com força nas ruas. Tanto sabe que foi à televisão na época dizer que para termos “mais” era preciso “mudar as instituições”, e propôs um “plebiscito para uma Constituinte da reforma política”.

COMPROMISSO COM UMA CONSTITUINTE PARA A REFORMA POLÍTICA DESTRAVAR AS MUDANÇAS

Um ano depois, nesta campanha que começa, Dilma continua tendo dois caminhos a escolher: – continuar com as concessões ao mercado, com as parcerias público-privadas, com os juros altos, com as isenções e desonerações, mas enxugando gelo e enfrentando dificuldades crescentes na base social;U

– ou avançar na soberania nacional, como fez a o dar quatro áreas do Pré-sal sem licitação para a Petrobras e anunciar medidas que satisfaçam os anseios de mudança, abandonando o furado pacto da responsabilidade fiscal.

Por um pacto para valer com o povo: compromisso com uma Constituinte para fazer a reforma política e destravar as mudanças.

É inaceitável que, só para agradar aos sabotadores do PMDB, se tire a Constituinte do programa de governo (publicado esta semana), “para debate num amplo processo de consulta aos movimentos sociais”.

Pois debatamos: todo mundo sabe; os dirigentes do PT sabem que a verdadeira reforma política não vai ser feita neste Congresso ou por “perguntas” plebiscitadas por ele – por isso, há um ano o partido faz campanha pela Constituinte Exclusiva para fazer a reforma política.

Só há um só caminho para avançar – nenhum voto para a reação pró-imperialista, nenhuma dispersão:

– Dilma, assuma o plebiscito popular, Dilma, convoque a Constituinte!

Essa é a luta de O Trabalho e dos candidatos do PT apoiados nestas eleições pelo encontro nacional do Diálogo e Ação Petista.

Junte-se a nós na campanha!

O Plebiscito Popular avança. Ajude a formar os Comitês Populares, vamos organizar as urnas.

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