PED 2025: deixar como está para ver como é que fica?

NÃO! Virar à esquerda e reatar com o povo que busca se apoiar no PT para lutar

Está em curso a campanha do Processo de Eleições Diretas (PED).

Oito chapas nacionais foram inscritas e quatro candidaturas à presidência nacional.

O PED, introduzido no início dos anos 2000, substituiu o que era a tradição do PT: encontros, com a participação dos filiados, como militantes, que no calor da discussão podiam resolver dúvidas, apresentar contraditórios e propostas.

No PED (contra o qual votamos) o filiado é transformado em eleitor, chamado a votar a cada quatro anos, foi um recuo no fortalecimento do PT como um partido de massa, com filiados militantes que se apoiam nele para avançar a consciência de classe e fortalecer a luta dos trabalhadores.

Mas, o PED é o que temos. Nele nos engajamos, na luta para construir uma política que liberte o PT do que o afastou de seus princípios originários. Política de adaptação as atuais instituições, que se reflete nas alianças e no esvaziamento das instâncias e do poder de voz de seus filiados, transformado em inaudíveis sussurros.

Desde o último PED (2019) a crise do imperialismo se aprofundou, com a ofensiva aos povos, cujo ápice é o genocídio contra a faixa de Gaza. Mas, na defesa do povo palestino, povos do mundo se levantam. Neste cenário, o que está colocado para o PT? Em primeiro lugar retomar sua melhor tradição internacionalista. Mesmo reconhecendo as assertivas declarações de Lula contra o genocídio, propor que o governo rompa relações diplomáticas com o Estado sionista e assassino de Israel.

O último PED, depois do golpe contra Dilma, da prisão política de Lula e da assunção de Bolsonaro, com apoio das atuais instituições, de uma estridente extrema-direita e da direita (que aloja os interesses do capital financeiro) estávamos confrontados a enfrentar o processo em curso.

O 7º Congresso do PT, dentre outras resoluções (até hoje não publicadas por quem deveria fazê-lo), reafirmou a necessidade de lutar por uma Assembleia Constituinte Soberana. Lá, como agora, as mesmas instituições que permitiram a ofensiva contra o povo, estão aí para impedir que o governo Lula cumpra os compromissos de sua campanha. Tais como: revogação das contrarreformas Trabalhista (Temer) e Previdenciária (Bolsonaro). Estão aí para atacar a luta pela reforma agrária, pelo reconhecimento dos direitos do povo indígena e dos quilombolas. Para barrar a isenção de Imposto de Renda até $5000,00, para barrar o fim da escala 6×1.  Seria com Hugo Motta e Davi Alocumbre que podemos buscar uma solução? Não! A cada conciliação, a direita exige mais. Nem ampliar à direita e nem dizer “amem” à política do governo que frustra o povo em nome da chamada responsabilidade fiscal. Numa síntese, é o que propõe Construindo um Novo Brasil (CNB) e seu candidato à presidência, Edinho Silva.

Em nome de combate ao fascismo, CNB e seu candidato, propõem conciliar com a direta. Com o mantra da responsabilidade fiscal, veio arcabouço fiscal, pacote de ajuste e agora contingenciamento de $30 bi do orçamento. Direita e extrema direita, surfando nesta onda, agora querem atacar o piso da saúde e da educação.

Em encontro nacional (março 2025) o Diálogo e Ação Petista adotou uma plataforma, os “13 pontos (íntegra: www.petista.com.br) intitulados Virar à Esquerda. Inscrevemos uma chapa nacional (nº210) e apoiamos Rui Falcão à presidência nacional do PT (nº130). Virar à Esquerda para não cair no abismo!

Deixar, ou aprofundar tudo como está, para ver como é que fica, é uma ameaça ao partido e ao governo. É um suicídio político que vai trazer mais sofrimento ao povo trabalhador.

O que está em jogo neste PED é a continuidade do PT como partido organizador da luta da classe trabalhadora e a reeleição de Lula em 2026, objetivos que almejamos. Sem conciliação, Virar à Esquerda!

Com a chapa Virar à Esquerda (210) e a candidatura Rui Falcão (130), vamos desobstruir o caminho para garantir a continuidade do PT e a vitória em 2026

Misa Boito

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