Peru: governo Castillo é uma nau sem rumo

Pedro Castillo segue sem norte político e sem plano de governo que dê solução às demandas dos trabalhadores, camponeses e regiões do país.

Em 27 e 28 de junho, por decisão da Assembleia Nacional dos Povos (ANP), na qual está a central sindical CGTP ao lado de outras organizações, realizou-se um “Paro Nacional” (paralisação) com mobilizações nas capitais regionais e em Lima, onde uma marcha dirigiu-se ao Congresso pedindo o seu fechamento ao coro de “Urgente, urgente, Assembleia Constituinte!”.

Os camponeses reclamam fertilizantes, os transportadores a queda dos preços dos combustíveis, os 320 mil contratados para o setor público exigem nomeação imediata e os sindicatos solução às suas pautas de reivindicações.

Crise aguda das instituições
Por cima é a crise institucional que se aprofunda. O Congresso, de maioria direitista, derrubou o 5º ministro do Interior, com votos “cúmplices” de parlamentares de Peru Livre (PL), partido pelo qual Castillo se elegeu. O chefe do PL, Cerrón, pediu a saída do presidente do partido e Castillo respondeu com uma carta pública de renúncia! Em meio a essa confusão, de onde pode vir uma saída?

Em Chiclayo, uma Assembleia Macro Regional com 300 delegados de organizações sindicais e populares do norte do país, em 23 de junho, decidiu por um Encontro Nacional Unitário pela “Assembleia Constituinte Agora!”. Dirigentes da ANP e CGTP anunciaram em 23 de julho a Assembleia Macro Regional Sul em Arequipa e em meados de agosto a do Centro em Huancayo, todas devendo confluir para o Encontro Nacional.

Uma pesquisa indica que 78% das pessoas é a favor de mudanças na Constituição, uma forma distorcida de dizer que amadurece a ritmo acelerado a necessidade de convocação de uma Assembleia Constituinte no Peru. Agora!

Erwin Salazar,
desde Chiclayo, 6 de julho

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