Plebiscito e eleição

Pesquisas de opinião refletem indiretamente os fatos. A última do IBOPE/ESTADÃO de 23 de julho levantou a inquietação com o poder de compra dos salários e as oportunidades de emprego. Apurou que apenas um em cada quatro brasileiros acha que a educação pública melhorou nos últimos anos. Metade dos que responderam a mesma pergunta em 2010. A avaliação é ainda mais crítica na saúde onde apenas 16% dizem ter melhorado contra 37% naquele ano.

Apesar das manipulações da mídia, a insatisfação tem razão de ser. Não por uma degradação geral, apesar da estagnação do emprego industrial, mas principalmente pela elevação da consciência coletiva das camadas populares a partir das manifestações de junho de 2013 sobre a precariedade dos serviços públicos.

Agora, o cenário eleitoral está polarizado está polarizado, mesmo que sobre o 2º turno haja discrepância entre as pesquisas do Instituto Data Folha (empate) e IBOPE (vitória de Dilma). Quem achou que a realização da Copa consagraria a presidente se enganou assim como se enganou que achou que a derrubaria.

E, na pesquisa, os que declararam voto branco ou nulo subiram de 13 para 16% números que se somados aos que “não sabem” chegam a 26%.

O momento pede realismo. O mundo sob o capitalismo é um lugar cada vez menos seguro para viver. A pressão imperialista sobre a dívida da vizinha Argentina é uma ilustração. E o Brasil não seria uma completa exceção como evidencia a ditadura do superávit primário sobre o orçamento público. Mas, em toda parte, os trabalhadores lutam pelos seus direitos com os meios disponíveis.

Junho-julho de 2013 foi um momento dessa luta. Uma saída positiva se desenhou quando a presidente Dilma, ouvindo a voz das ruas que diziam “com esse congresso não dá”, falou que para ter mais era preciso mudar as instituições. Ela propôs um Plebiscito pela Constituinte para fazer as reforma política. Mas, como se sabe, recuou depois que a oposição e o PMDB, além do STF desqualificaram a proposta.

Todavia, desde então, organizações sindicais e populares com o engajamento de petista (oficialmente o PT apóia) trabalham para realizar um Plebiscito Popular pela Constituinte do Sistema Político.

Mas há resistências e obstáculos por parte de setores políticos que não confiam na força do povo ou temem a entrada em cena dos trabalhadores e limitam-se à popularizada bandeira da “reforma política” ao Congresso Nacional ao invés de buscar dar a palavra ao povo.

Mas a campanha está crescendo nas entidades populares, nos sindicatos, na juventude nos bairros e nas organizações ligadas às Igrejas. Vários candidatos tomaram posição e mais de 600 comitês populares já foram formados em todos os Estados e começam a sair às ruas.

Agora, toda a energia da militância deve convergir para o êxito do dia 12 de agosto, Dia Nacional de Luta Pela Constituinte. Cada comitê tem que discutir como pode contribuir com panfletagens, pichações, debates e atos para divulgação do Plebiscito Popular.

Esse é um meio de ajudar a formar no Plebiscito de 1 a 7 de setembro uma força política que atravesse a própria eleição de outubro ajudando a disputar a vitória para construir uma saída.

  • A palavra ao Povo!
  • Dilma, não hesite, convoque a Constituinte!

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