Professores de Florianópolis iniciam greve exigindo segurança sanitária para volta às aulas presenciais

O prefeito de Florianópolis Gean Loureiro (MDB) determinou, com o apoio do poder judiciário, o retorno às atividades presenciais nas escolas a partir do dia 24 de março, em meio ao pico da pandemia no país e no estado de Santa Catarina.

Em resposta o Sintrasem, sindicato que representa a categoria, convocou os trabalhadores da educação para uma assembleia no último domingo (21) que decidiu pela greve contra o retorno das atividades presenciais na educação a partir do dia 24 de março até que a prefeitura garanta as condições sanitárias seguras.

Na assembleia, a proposta de greve contra o retorno imediato e exigência das condições sanitárias para retorno presencial venceu, com 53% dos votos uma outra proposta que defendia a assim chamada “greve sanitária” em que os profissionais de educação continuariam trabalhando de forma remota.

Nesta quarta feira (24) teve inicio a greve e uma nova assembleia decidiu a continuidade do movimento, dessa vez com quase 58% dos votos, dos 1277 trabalhadores que participaram da assembleia. Apesar das propostas divergentes, o movimento conta com ampla adesão da categoria.

Em nota o Sintrasem defende testagem em massa e rastreio e se soma à luta por vacinação para todos pelo SUS. O sindicato exige ainda EPIs e a diminuição da curva de contágio e controle epidemiológico.

Durante a assembleia Renê Munaro, presidente do Sintrasem, fez várias denúncias da situação enfrentada pelos professores “19 trabalhadores convocados para uma reunião presencial autorizada de planejamento e avaliação foram contaminados e um companheiro, Geraldo, veio a óbito e uma cozinheira ainda está na UTI”.

Ainda segundo Renê, “mesmo as máscaras distribuídas pela prefeitura precisaram ser substituídas porque nem sequer tinham certificação do INMETRO”

Ele ainda foi contundente na defesa de uma greve de verdade: “vai ser uma greve dura, feita com assembleia virtual, mas a prefeitura revelou seu ponto fraco. O secretário de educação declarou que ‘espera que a greve não paralise o trabalho remoto’. O maior medo da secretaria é que a gente apague a tela, desligue o computador e mande uma mensagem: ‘estamos em greve’.”

Por isso, segundo Renê, “ninguém vai ter atividade remota até o governo garantir condição sanitária e se não tiver como garantir essas condições nós vamos discutir outra alternativa, porque nós não vamos aceitar ir pro abatedouro como gado manso”, afirmou.

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