Queremos estudar!

Com a pandemia, governantes fecharam lojas, bares, estádios, escolas, entre outros espaços. Com o tempo, autorizaram reabrir vários deles, menos a vida escolar da juventude brasileira, que continuou até pouco tempo com escolas fechadas e sem aulas. Agora, vários estados e municípios voltam às aulas presenciais e os governantes, responsáveis pelas medidas necessárias, se esquivam do que devem fazer e, pior ainda, se aproveitam da pandemia para acelerar a destruição da educação pública.

Os serviços públicos, já sufocados com o teto de gastos, viram reduzir mais ainda as verbas e profissionais. O genocida do Bolsonaro deixou perder a validade vacinas, testes para Covid e medicamentos num galpão em Guarulhos (SP) e jogou fora R$ 243 milhões que poderiam ser usados, por exemplo, na volta às aulas presenciais e outras áreas. É um criminoso!

As escolas fechadas há mais de um ano e meio, refletem diretamente na evasão escolar. Só em São Paulo, 670 mil alunos ficaram sem estudar, em Alagoas, o número chegou a 35 mil, no Rio de Janeiro, segundo boletim da secretaria de educação, o ensino médio foi o que teve maior número de evasão. Estamos falando de uma geração que teve seu direito à educação negado. Especialistas dizem que levariam 10 anos para mudar o déficit deixado pela evasão.

O que fazer?
O ensino público e presencial de qualidade é um direito da juventude. A ausência dele impede o acesso ao conhecimento científico e cultural da humanidade, nega o direito de gerações a terem uma profissão, destrói a perspectiva de futuro de milhões de jovens. Por isso que a luta organizada não pode parar e as aulas presenciais tem que voltar com adoção de medidas concretas que são de responsabilidade dos governos.

Para ajudar a enfrentar essa situação, a JRdoPT, em sua plenária nacional, fez do tema educação um dos pontos centrais.

Os debates nos grupos refletiam a indignação e a vontade de lutar. Um jovem disse “queremos estudar! Nesse tempo todo fora da escola, não aprendemos quase nada. A internet trava, a aula cai, tem barulho, tem tudo. É preciso defender o retorno das aulas com segurança, para que a gente possa estudar”. O ensino remoto não garante qualidade e é muito precário, ainda mais com os cortes nas verbas da educação como fez Bolsonaro. Assim, os alunos mais pobres, sem estudar, ficam sem merenda e, sem perspectivas, viram alvos fáceis para a violência policial e para o tráfico de drogas.

Outra jovem disse “tenho mais medo de pegar o vírus nos ônibus lotados do que na escola”. A falta de plano para retomada das aulas presenciais é notória. Os transportes públicos tiveram frotas reduzidas e, agora na volta presencial, não aumentaram.

Os debates na plenária indicaram retomar as mobilizações pelas lutas concretas em cada bairro, escola e universidade e exigir medidas de governos e prefeituras como estruturas nas salas, abertura de concursos etc. Um núcleo já mobiliza reivindicando mais linhas e horários de ônibus, outro na luta pelo passe livre. Cada local discutindo e organizando a resistência é combustível na luta para derrubar Bolsonaro e seus generais.

É urgente a defesa do retorno das aulas presenciais, pois, o que está em jogo é o direito à educação de qualidade e um futuro digno para juventude brasileira.

Jeffei

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