Cassado na Câmara Municipal de Curitiba em 2022, num processo racista e arbitrário, Renato Freitas foi eleito deputado estadual pelo PT com quase 60 mil votos no Paraná. Apesar dessa contundente recondução popular, dessa vez ao parlamento estadual, a perseguição contra Renato não acabou.
Agora, é o secretário de segurança pública do governo Ratinho Jr., o Coronel Hudson Teixeira, quem pede a cassação de Renato.
O Coronel acusa o parlamentar de “ilações infundadas, descabidas e distorcidas da realidade, proferidas a militares estaduais e à polícia militar do Paraná”.
A acusação é uma reação a uma denúncia de Renato contra a violência policial em seu estado e no país. Durante um discurso, Renato destacou as centenas de mortes causadas injustamente pela polícia militarizada todos os anos e demonstrou coragem ao chamar os policiais envolvidos em operações violentas de “covardes, assassinos, serviçais do mal”, referindo-se a episódios que ele havia citado, como o da perseguição do Alto da Glória, em que 5 jovens acusados de roubar um carro foram executados pela Polícia em 2005 e a recente morte de Claudiney Teles Jr., vítima de um infarto após ser torturado pela PM.
Renato tem cumprido um papel essencial ao denunciar o racismo e a violência policial e tem toda a nossa solidariedade.
O pedido de cassação é absurdo, não só porque ele tem garantia de inviolabilidade para emitir suas opiniões, mas, sobretudo, porque ele tem razão.
Luã Cupolillo