No centro, o Plebiscito Popular Constituinte
Uma nova rodada de plenárias estaduais (v. também OT 748) confirmou o lugar central que deve ter na Plenária Nacional (Plencut, 28 de julho a 1º de agosto) o engajamento da central no Plebiscito Popular pela Constituinte. Faltando ainda cinco plenárias (AC, AM, AP, PA e TO), uma apreciação geral já pode ser feita.
Emendas baseadas no texto de contribuição “Em defesa da CUT Independente e de Luta” foram aprovadas por maioria ou obtiveram ao menos 20% dos votos no conjunto das plenárias estaduais, e serão debatidas na Plencut.
Destacamos a que indica “apoio à reeleição de Dilma para convocar a Constituinte que abra saída às questões travadas pela maioria reacionária do Congresso”, para concluir que “colocando no centro a defesa das reivindicações dos trabalhadores e o Plebiscito Constituinte que a CUT irá dialogar com o sentimento de que é preciso ‘mudar’, apontando o conteúdo das mudanças numa Plataforma própria da central dirigida a Dilma…”
Outra emenda aborda as demissões no setor automotivo: “A exigência de ‘Nenhuma demissão’ deve ser integrada à nossa pauta…As montadoras promovem lay-offs, férias coletivas e pressionam por mais benesses (redução de impostos, desoneração da folha) do governo federal. Ao contrário de ‘parceria’ com elas para reduzir jornadas e salários, a CUT deve encabeçar a luta contra as demissões e pela garantia no emprego, pois se algo tem que ser reduzido é a margem de lucro das montadoras.”
Na plenária de Santa Catarina, por maioria, passou a emenda que “os macrossetores devem ser um espaço para a discussão e troca de experiências interno à CUT, e não uma nova instância que gozaria de autonomia em relação à central”, questionando a ação recente do “macrossetor indústria” de se dirigir diretamente ao governo, sem passar pelo crivo da discussão nas instâncias da central. Registre-se que em Pernambuco não foi adotado apoio ao ex-presidente da CNI, o empresário Armando Monteiro (PTB), apoiado para governador por Dilma e o PT.
RESGATAR O LUGAR DA CUT
Várias plenárias estaduais tiveram quebra de participação. Em São Paulo, dos 360 delegados possíveis, foram eleitos 220 e participaram cerca de 180. No Rio, a plenária durou apenas um dia, sem verdadeira discussão. Outras, como a da Bahia, sofreram consequências de disputas locais entre setores da própria ArtSind (corrente majoritária).
Isso numa situação em que ocorriam greves importantes, num cenário pré-eleitoral de ofensiva da grande mídia para favorecer candidatos como Aécio e Campos, o que chama a CUT a resgatar o seu lugar de central sindical comprometida com as lutas da classe trabalhadora e com a apresentação de uma saída política para a nação.
Julio Turra