A EBC (Empresa Brasil de Comunicações) vem demorando e até ignorando as providências necessárias apontadas pelos sindicatos de radialistas, jornalistas, servidores federais e comissão de empregados da EBC RJ para proteger os empregados em serviço presencial na empresa.
Máscaras
Quando já era evidente a necessidade de máscaras para todos, depois da pressão das entidades representativas dos empregados, a direção da empresa soltou uma nota garantindo as máscaras apenas para as equipes externas de jornalismo e apenas orientando os demais empregados a usarem.
Depois de nova pressão das entidades, a empresa passou a disponibilizar máscaras de pano para todos, além de intensificar a higienização no local de trabalho, mas ainda mantém, por exemplo, apenas um fone de ouvido para profissionais que se revezam na função que o fone é necessário.
Isolamento dos casos sintomáticos e positivo (COVID19) e dos que com eles tiveram contato
Segundo divulgação do Ministério da Saúde dia 27 de abril, o Brasil tem 66.501 casos confirmados e 4.543 mortes por coronavírus. Em um dia, a lista de infectados aumentou em 4.613, a segunda maior alta desde que a pandemia chegou ao país. O estado do Rio de Janeiro está com 7.944 casos confirmados e 677 óbitos, a maioria na cidade do Rio onde fica o prédio da EBC.
Nesse mesmo dia na EBC RJ um empregado já estava com teste positivo para COVID19, um outro já tinha dado entrada no hospital com 50% do pulmão comprometido a espera do resultado do teste, e 4 outros com sintomas em casa, um deles com problemas respiratórios.
Os sindicatos e comissão de empregados que antes do teste positivo já vinha reivindicando o afastamento dos empregados que tiveram contato com os 6 sintomáticos, intensificou a exigência a direção da empresa.
A resposta inicial da direção da empresa foi a de que só iriam ser considerados os que tiveram contato com o empregado de teste positivo e não o contato com os demais, incluindo o empregado hospitalizado, porque não havia teste realizado. E que a contagem dos 14 dias de isolamento seria a partir do último contato, o que na prática não isolaria nenhum empregado porque entre o último contato até o resultado do teste passaram-se os 14 dias e os que não manifestaram sintomas voltariam a trabalhar, mesmo sem saber se contraíram o vírus, porque a empresa até aqui se recusa a atender a reivindicação de testes para todos desde que o primeiro sintomático se verificou na empresa.
Diante da pressão das entidades, a direção da EBC está isolando os empregados que tiveram contato também com o empregado hospitalizado.
Testes para todos
A resposta da direção da EBC a reivindicação de testes para todos para que se tenha um quadro preciso da infecção entre os empregados foi a de que não há previsão orçamentária para comprar os testes.
Os Sindicatos e Comissão de Empregados recusam essa alegação, e cobram também que a EBC solicitasse os testes aos órgãos da saúde pública, sem resposta até aqui.
Home Office
A direção da EBC tem ignorado até aqui os custos arcados pelos profissionais que estão trabalhando nas suas casas. Também ignorada as condições precárias de ergometria e em alguns casos cobrando metas diárias que só agravam a situação de saúde física e mental dos empregados nessa condição.
Direitos
A pressão das entidades também fez a direção da EBC recuar de suspender o pagamento da periculosidade dos profissionais que estão em isolamento por não estarem nesse período expostos aos riscos da função, conforme orientação do Ministério da Economia chefiado por Guedes.
Esse adicional retirado significaria um golpe no orçamento desses empregados, que contam com esse dinheiro, por exemplo, para pagarem o plano de saúde deles e de suas famílias.
Essencial é a vida!
Os Sindicatos dos Radialistas, dos Jornalistas e dos Servidores Federais do RJ e a Comissão de Empregados da EBC RJ continuarão lutando contra a flexibilização do isolamento aos empregados que tiveram contato com empregados de teste positivo e com sintomáticos da COVID19, dos grupos de risco declarado à empresa, pelos testes para todos e por nenhum direito a menos, contra qualquer tentativa de rebaixamento dos salários.
Em resposta à alegação de falta de profissionais para manter a praça no ar num serviço considerado essencial, as entidades respondem que antes de qualquer coisa Essencial é a vida dos Trabalhadores.
Nilton de Martins, é Membro da Comissão de Empregados EBC RJ 27/04/2020