Crise ameaça jogar o país na desagregação
O golpista nativo, José Serra, em 5 de agosto agradeceu ao Secretário de Estados dos EUA, “em nome do Presidente Temer, a confiança do Governo norte-americano na solidez das instituições políticas e judiciais no Brasil, que em minha visão, são um exemplo de maturidade na condução do atual processo de impeachment”.
Muito sólidas! O “sólido” condutor do processo de impeachment na Câmara, Eduardo Cunha, foi cassado terminado o serviço sujo.
Agora, depois da invasão do Senado pela Polícia Federal o presidente da casa, Renan Calheiros – outro “sólido” promotor do impeachment – acusou a PF de usar métodos fascistas e declarou: “Um juizeco (sic) de primeira instância não pode, a qualquer momento, atentar contra um poder. É lamentável que isso aconteça num espetáculo inusitado, que nem a ditadura militar o fez, com a participação do ministro do governo federal que não tem se portado como um ministro de Estado. No máximo, tem se portado como um ministro circunstancial de governo, chefete de polícia”,
A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Carmen Lúcia reage a Renan: “não é admissível aqui, fora dos autos, que qualquer juiz seja diminuído ou desmoralizado”. Já o ministro “chefete de polícia” está calado e seu patrão, o golpista Temer, incapaz de resolver a crise, busca segurar pelo estômago, e pelo bolso, a “sólida” base que lhe dá sustentação. E avança para aprovar as medidas de assalto à nação, como a Proposta de Emenda Constitucional do teto de gasto, a PEC 241 – contra a qual os estudantes ocupam escolas e universidades – exigidas pelo imperialismo dos EUA que confiou na solidez das instituições brasileiras para dar o golpe e promover o butim.
O fato é que, desde a consumação do impeachment e da posse de Temer pelo STF, a situação só se degringolou e o choque entre Senado, Ministério da Justiça, Polícia Federal e STF abre uma crise maior. O atual regime afunda-se numa crise sem precedentes – aberta em 2013 e galopante após o golpe – numa briga sem quartel entre os golpistas do Judiciário, do Legislativo e do Executivo.
Até o ministro do STF Gilmar Mendes – tucano golpista de primeira hora – vem a público dizer que “parece que eles (promotores e juízes da Lava Jato, nota do editor) imaginam que devam ter licença para cometer abusos” (Folha de São Paulo de 24/10). São personagens que encarnam as instituições carcomidas que, se não reformadas, ameaçam jogar o país numa desagregação sem tamanho.
É esse Congresso que pretende, sob comando de Temer, entregar nossas riquezas e destruir os direitos dos trabalhadores!
É esse Judiciário que, avançando para um estado de exceção, persegue Lula e o PT!
Uma situação que põe em risco a nação e que, para ser freada, chama a ação da classe operária para protagonizar, com todos os setores oprimidos, a contraofensiva ao imperialismo e seus vassalos nativos. A CUT, mantendo o papel que vem jogando no último período para organizar a resistência, deve fazer do dia 11 de novembro um verdadeiro dia de greve, “por nenhum direito a menos”.
A gravidade da situação exige, antes de tudo, que a classe trabalhadora possa dispor de seu instrumento político de luta em defesa de suas conquistas e da nação. Daí toda urgência da batalha pela defesa do PT, de Lula, e pela reconstrução do partido. Uma reconstrução na qual o PT, para livrar o país das atuais instituições, levante a luta por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político, única saída positiva para barrar a via do desastre.