Impedir o golpe em todas as frente de batalha
Os três meses de usurpação da Presidência da República, produto do golpe preparado pelo Judiciário e em curso no Congresso, mostram que não há tarefa mais urgente para a defesa dos trabalhadores e da nação: é preciso pôr fora Temer e seus comparsas golpistas.
Todas e cada uma das medidas anunciadas e as que foram tomadas não deixam dúvidas de que o motor do impeachment de Dilma é submeter o país de joelhos aos interesses imperialistas.
Se ainda não foram mais longe é porque a interinidade – até que o Senado vote – coloca limites que eles vão buscar ultrapassar rapidamente, uma vez consumado o golpe pelos senadores. A não ser que uma força maior se levante.
E levantar essa força é responsabilidade de todos os que falam em nome dos trabalhadores e dos interesses nacionais. Uma responsabilidade que deve se expressar em todas as frentes de batalha.
Por exemplo, entramos agora no período eleitoral. A campanha de nosso partido deve ser uma alavanca da luta contra o golpe. Campanha municipal, é verdade, ela deve ser a primeira demonstração prática de que é necessário superar os erros que nos conduziram à dramática situação que hoje ameaça o país.
Desde as disputas municipais é preciso buscar reatar com a base social do PT: abandonar quaisquer medidas do tipo concessão, Parceria Público-Privada e privatização, próprias do programa dos golpistas, assim como abandonar as alianças com os inimigos do povo, como vinham sendo feitas no plano federal e municipal e resultaram nessa atual situação.
Ainda hoje, em várias cidades se insiste nesses erros, o que significa continuar marchando para o desastre. Na luta contra o golpe, o povo trabalhador precisa de suas organizações para desmontar o circo de horrores que se anuncia, se os golpistas permanecerem no Palácio do Planalto. Está certa a Federação Única dos Petroleiros (FUP) que realiza uma greve de cinco dias contra a venda de campos terrestres de petróleo.
Estão certos os servidores públicos ao resistirem à aprovação do Projeto de Lei 257 que, em nome de um teto de gastos que não bloqueia o pagamento de juros da dívida, joga o custo do ajuste no desmonte dos serviços públicos.
Ainda mais, quando está anunciado o ataque à Previdência e à CLT, está certa a CUT ao propor a greve geral. Então é preciso organizá-la, desde a base que estará disposta a ir à luta por “nenhum direito a menos”. Em cada sindicato, em todas as categorias, discutir, explicar, mobilizar para construir a greve geral. Nenhuma acomodação/negociação com o governo golpista vai salvar empregos e direitos.
A tarefa é uma só: derrotar o golpe!
Expulsar os golpistas e as instituições que os sustentam, com a restituição do mandato popular e a convocação de uma Constituinte Soberana do Sistema Político. Esse é o caminho para livrar a nação e os trabalhadores do assalto orquestrado em benefício do capital financeiro.
Depois da manifestação por “Fora Temer, nenhum direito a menos”, nesse 5 de agosto, novas manifestações estão convocadas para dia 9. Retomar as ruas, construir a greve geral, fazer das eleições municipais uma trincheira de luta contra o golpe.
É para essa batalha que nos dispomos com o Diálogo e Ação Petista, na via da Reconstrução do PT, da retomada dos compromissos com as reformas profundas que a nação precisa para livrar-se de vez da opressão imperialista.