Seguem sendo publicadas pesquisas que mostram o governo perdendo popularidade, sobretudo nos setores de sua base histórica, como os mais pobres e a juventude. É na massa popular da nação, que segue enfrentando a duríssima vida do trabalho desregulamentado, das exaustivas escalas e jornadas ou mesmo do desemprego. Da carestia de vários gêneros alimentícios, como o café, que hoje turbina propagandas de políticos e partidos de direita e extrema-direita nas rádios.
O escândalo da fraude no INSS, que já lesou milhões de aposentados e pensionistas, ainda não teve resposta à altura do governo – como a necessária limpeza dos gestores dos governos Temer e Bolsonaro e o investimento nos serviços públicos, presos no arcabouço fiscal. É mais um flanco aberto para impopularidade e ataques dos inimigos do povo.
E lá se vão dois anos e meio de governo. Que ainda não rompeu relações com o Estado assassino de Israel, diante de um dos mais infames genocídios já vistos.
É necessário começar a enfrentar, antes que seja tarde, a Faria Lima, o Congresso das emendas parlamentares, os milicos dos golpes, o Judiciário elitista… os emissários do imperialismo dos EUA, do capital financeiro. A história já mostrou diversas vezes – inclusive recentemente no Brasil, com Dilma – que quanto mais cede-se, mais o capital/centrão exige.
O sentimento geral, no povo que elegeu Lula e nos petistas, é de que é preciso mais, bem mais. Retomar direitos, revogar ataques, reestatizar o que foi saqueado da nação, realizar as reformas que interessam ao povo. Foi defendendo tudo isso que o PT surgiu, um partido contra as instituições podres da República. Foi assim que cresceu e ganhou autoridade.
O sentimento geral é de que
é preciso bem mais
Recentemente em “Carta aos petistas” Edinho, candidato a presidente do PT pela CNB (Construindo um Novo Brasil, de Lula), RS (Resistência Socialista) e EPS (Esquerda Popular Socialista), afirma que o partido deve ampliar o já amplíssimo leque de alianças para “enfrentar o fascismo em 2026”. Mais coalizão com aqueles que bloqueiam qualquer pauta popular no Congresso.
Mas o tão alarmado perigo da extrema-direita, que existe, se combate justamente ganhando a confiança dos trabalhadores, defendendo as suas reivindicações, mostrando-se firmemente como uma alternativa. Não se igualando aos velhos políticos de plantão, à velha direita do centrão, dos patrões.
Declara, ainda, que “é preciso retomar o trabalho de base e os núcleos no partido para atuação não apenas em eleições”. Mas não se questiona por que a base foi abandonada da vida partidária. Não seria pela lógica das carreiras parlamentares sustentadas no fundão, nas alianças sem-porteira e as emendas? E qual a política, então, para retomar o trabalho de base no PT, se não virar à esquerda na luta pelas bandeiras históricas?
É isso que está em jogo no PED (Processo de Eleições Direta), do dia 6 de julho. As chapas Virar à Esquerda levam esse combate, além de chamar voto em Rui Falcão para presidente do partido. É essa a batalha até o dia da votação: com a plataforma dos 13 Pontos em mãos debater com os petistas, disputar o voto!
Mudar de política não é retórica, é necessidade urgente.