Os dados foram levantados pela Defensoria Pública em 370 dias, baseados apenas em denúncias feitas. Ou seja, o número é possivelmente muito maior.
O que fica exposto com a situação é o desastre da política de segurança pública no país, que feita para criminalizar os trabalhadores, principalmente, pobres e pretos, vai aumentando e superlotando presídios.
Só no Rio de Janeiro, a população carcerária chega a mais de 43 mil pessoas. O que vemos nas celas cariocas é o retrato do Brasil com seu passado escravocrata, onde negros amontoados nos presídios têm seus direitos desrespeitados pelo Estado.
A juventude é quem mais sofre
Segundo o levantamento da Defensoria Pública, os torturados têm cor, idade e gênero. São homens, negros e jovens.
O estado do Rio hoje tem mais de 50% da sua população formada por pardos e negros, o que nos leva crer que boa parte da população fluminense pode sofrer esse tipo de tratamento vindo da polícia. A juventude, setor mais afetado, que está confrontada com o desemprego e a precarização da educação, é o alvo predileto da violência.
É possível mudar a situação
A maior parte dos presos sequer completou o ensino fundamental. Com baixa escolaridade, em um país que ainda sofre com o desemprego, vários acabam indo parar nos presídios.
Foi com a esperança de mudar a situação que milhares votaram em Lula, para que o investimento em educação voltasse a crescer e o desemprego fosse combatido e com isso, a possibilidade de construção de um futuro.
Tirar a juventude das ruas e dar a ela acesso à educação, cultura e lazer de qualidade é tarefa urgente para tirá-la desse lugar de violência, além de permitir que aqueles que não conseguiram estudar e se qualificar, possam assim terminar seus estudos e ter oportunidade de emprego.
É preciso também mudar a forma de ver o sistema carcerário. O Brasil tem uma das maiores populações carcerárias do mundo.
São questões que estão colocadas para o governo Lula e que o povo espera ver.
Jeffei