Na Ucrânia e no Brasil: barrar a destruição!

37 dias de guerra na Ucrânia e a destruição e o sofrimento para o povo já são devastadores. Putin esmaga o direito à autodeterminação da nação ucraniana e o governo dos EUA disciplina os governos da União Europeia, através da Otan, e alimenta a guerra para atender aos interesses capitalistas. Interesses que representam os governos envolvidos nos dois lados do conflito.

Os governos europeus, em nome da guerra, chamam à união nacional, vale dizer, buscam atrair as organizações dos trabalhadores para esta ofensiva belicista, pretendendo aquietá-los enquanto avançam políticas de destruição de empregos e direitos. Mas os trabalhadores não estão dispostos a caminhar para o abismo. “Não queremos ser cúmplices neste conflito”, disseram os trabalhadores de um aeroporto e um porto da Itália, que se recusaram a embarcar armas da Otan para a Ucrânia. “Abaixo a guerra! Nem a Rússia de Putin, nem a Otan! Não à união nacional com os governos belicistas!” diz o chamado de organizações da França e Grécia para uma Conferência Europeia de Emergência.

Esta guerra, no coração da Europa, que já deixou destruição, mortes e uma legião de refugiados, vai jogar na fome e pobreza milhões de seres humanos no mundo. Tal barbárie só poderá ser detida com a luta independente da classe operária apoiando-se nas suas organizações.

Se são os trabalhadores europeus e suas organizações os que estão mais diretamente envolvidos neste desafio, ele diz respeito a todo movimento operário internacional. Não à guerra!

No Brasil, a situação é a expressão nacional da mesma política de ofensiva do capital para sobreviver à crise do sistema da propriedade privada dos grandes meios de produção.

Três anos e três meses de governo Bolsonaro, seis anos depois do golpe, a situação do país e de seu povo trabalhador é dramática. Fome, salários rebaixados, violência contra jovens negros e mulher, educação e saúde publicas indo pro ralo. Isso só pôde avançar com o aval dado pelas atuais instituições. Os golpistas puderam promover o impeachment, Temer pode governar e seguram Bolsonaro até o fim do mandato.

Na luta contra a política que promove a guerra na Ucrânia e que nos trouxe até aqui nesta situação de destruição do Brasil, a questão que se coloca é: como reconstruir e transformar nosso país para libertá-lo do jugo do imperialismo?

Esta foi a questão debatida na atividade promovida pelo Diálogo e Ação Petista que concluiu: na possibilidade, pela qual lutamos, do PT voltar à presidência, com Lula, só dando a palavra ao povo, através de uma Assembleia Constituinte Soberana que poderemos desfazer os males feitos contra a nação e o povo e avançar. Afinal o atual sistema político, o Congresso Nacional, o Judiciário e as Forças Armadas aí estão para permitir que tais males prossigam.

Aqui, como em todo mundo, para barrar a ofensiva destruidora do capital, os trabalhadores precisam de suas organizações. Não se trata apenas de derrotar Bolsonaro, trata-se de enterrar a política que seu governo e os patrocinadores do golpe representam. Para levar esta luta o PT não pode estar enjaulado numa Federação, como decidiu seu Diretório Nacional, com o PCdoB e PV, numa “nova agremiação política”, como reza a lei, que comporta interesses contraditórios pelos quais o PT foi criado. O PT precisa continuar PT, não à Federação!

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