Obrador visita Joe Biden nos EUA

Um mês após ter se ausentado da Cúpula das Américas convocada por Joe Biden em Los Angeles (6 a 10 de junho), em protesto quanto ao não convite a Cuba, Venezuela e Nicarágua, o presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador visitou o dos EUA em 12 de julho.

Em Washington, Obrador discutiu de forma bilateral os mesmos temas da Cúpula que ajudou a esvaziar. Dois deles se destacam: enfrentar e deter a migração centro e latino-americana rumo aos EUA; promover investimentos “gringos” no setor energético.

A imigração, diante da crise atual que combina recessão e queda da produção tanto nos EUA, quanto no México e países da região, vai aumentar, muito além dos 300 mil vistos solicitados por Obrador (150 mil para mexicanos e a outros 150 mil para centro-americanos).

O governo mexicano renovou compromissos de reorganização dos postos de fronteira e, no quadro do chamado Plano do Sudeste, construirá uma ferrovia que ligará o Atlântico ao Pacífico, com sua administração entregue ao exército e marinha, num verdadeiro cinturão de contenção à migração.

“Bateria de energia” para os EUA
Empresas imperialistas sediadas nos EUA vão investir 40 bilhões de dólares em três anos para a produção de energia eólica na região desértica de Sonora, no chamado Plano do Sudeste, e também ao sul, em Chiapas, para aproveitar correntes de ventos.

Assim, a política econômica do “progressista” Obrador é a continuidade daquela dos governos anteriores, dominados pelo PRI e PAN. O Tratado de Livre Comércio (com EUA e Canadá), em seus 30 anos, foi fator de crescimento da desigualdade social e da pobreza, além do narcotráfico. O novo tratado (TMEC) foi ratificado por Obrador e hoje o Plano Sudeste indica que o México aporte energia, água, matérias primas para empresas dos EUA, além de mão de obra barata (vistos de trabalho).

E o povo trabalhador mexicano, cujas condições de vida pioram? Formam-se no horizonte nuvens carregadas, pois os problemas se aceleram e começa um movimento de resistência dos trabalhadores e povo mexicano por suas reivindicações vitais.

Ajudar nesse processo de organizar a resistência foi o tema da reunião nacional convocada pelos Comitês de Diálogo de trabalhadores e trabalhadoras, com delegações vindas de 10 estados, realizada na Cidade do México em 30 de julho. Só o povo salva o povo!

Correspondente

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