Após pressão, Bolsonaro recua de confisco da Educação

Em meio ao processo eleitoral, Bolsonaro tenta ampliar o apoio de deputados a partir do orçamento secreto e, para fazer isso, decidiu cortar mais uma vez o orçamento da educação.

No último dia 5 de outubro, os reitores de universidades federais e institutos federais(IFs) foram oficiados sobre o contingenciamento de mais R$ 2,4 bilhões de reais do orçamento destinado ao Ministério da Educação (MEC). A decisão foi assinada por Bolsonaro dois dias antes do primeiro turno das eleições.

Em junho o governo Bolsonaro já havia feito um bloqueio de 3,2 bilhões de reais, e após pressão, recuou e desbloqueou metade desse valor. Mesmo com o desbloqueio parcial do valor, universidades federais e institutos federais sentiram o impacto da falta de orçamento. Universidades como a Universidade Federal do Rio de Janeiro e a Universidade de Brasília já foram a público informar que a falta de verba pode obrigar as universidades a fecharem as portas e cortarem programas de permanência.

Segundo a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), as universidades perdem a capacidade de investir em projetos de pesquisa como o desenvolvimento de vacinas, manutenção dos restaurantes universitários e bolsas estudantis. O Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), afirmou que “transporte, alimentação, internet, chip de celular, bolsas de estudo, dentre outros tantos elementos essenciais para o aluno não poderão mais ser custeados pelos Institutos Federais, pelos Cefets e Colégio Pedro II”.

Estudantes reagem aos cortes e vão às ruas!
Na quinta feira, dia 6 de outubro, cerca de 1,5 mil estudantes da UFBA estiveram nas ruas em paralisação exigindo o desbloqueio do orçamento. Ninguém aguenta mais tanto descaso com a Educação! Essa mobilização se soma a outras dezenas de assembleias e atos que estão previstos para acontecer até o dia 18.

A UNE decidiu em reunião construir um calendário de lutas contra o confisco do orçamento com assembleias entre os dias 10 e 17/10 e ato nacional contra o confisco dia 18/10. Bolsonaro nega que haja cortes e diz que o contingenciamento existe para cumprir o Teto de Gastos. Após pressão, o MEC anunciou o recuo no bloqueio do orçamento. Mesmo com o recuo, a UNE decidiu manter as mobilizações.

Não dá para continuar com as universidades e Institutos Federais com risco de fecharem. Só os estudantes nas ruas podem derrotar os cortes e recompor o orçamento. Nesse segundo turno precisamos defender a candidatura de Lula para revogar o Teto de Gasto e por mais verba e bolsas estudantis.

Victor Caíque

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