Greve na Sabesp, Metrô e CPTM contra as privatizações

Em SP Trabalhadores da água/esgoto, metrô e trens cruzaram os braços

Nesta terça-feira, 03/10, desde as primeiras horas da madrugada, os trabalhadores das empresas Sabesp, Metrô e CPTM iniciaram uma greve de 24h. Durante todo o dia vários piquetes foram organizados em frente às sedes das empresas e em estações. Os funcionários da Sabesp garantiram o fornecimento de água, paralisando outros serviços e grande parte das linhas férreas – dentre as quais as principais linhas do metrô – ficaram paradas. A greve estava anunciada há algumas semanas, desde o início da campanha de um plebiscito popular contra essas privatizações (que continua até início de novembro), e foi confirmada pelas assembleias das categorias nos últimos dias.

O governador Tarcísio de Freitas e seu aliado Ricardo Nunes (prefeito da capital) “acusaram o golpe” no dia anterior e declararam ponto facultativo para servidores estaduais e municipais. O governador ainda declarou se tratar “de uma greve política”. Nisso ele tem razão: o movimento é para barrar as suas promessas de campanha de entregar o patrimônio público para o empresariado.

A Sabesp é a verdadeira “jóia da coroa” dos seus intentos: a empresa, que está com o processo de entrega mais acelerado, é a maior do ramo na América Latina, atendendo quase 30 milhões de usuários em 375 cidades do estado. Como a capital tem o maior contrato com a empresa, Tarcísio e Nunes buscam por aí atalhos. Na véspera da greve o governador ofereceu um almoço no Palácio dos Bandeirantes a membros do Tribunal de Contas do Município, que tem levantado questionamento à privatização, buscando conseguir que o TCM facilite o processo. 

No caso do metrô e trens, é escandaloso o dinheiro que vai das linhas estatais para o bolso dos empresários das outras linhas já privatizadas. Ironia do destino para o governador, que na manhã da greve deu entrevistas falando das  vantagens do serviço privado, uma das linhas privadas (a 9 Esmeralda) colapsou, com pane e explosões (pipocos elétricos) em cima do trem. Passageiros ficaram presos nos vagões.

A greve deste dia 3 foi uma demonstração de força dos trabalhadores. É muito positiva a unidade ocorrida em torno dela. A campanha continua e é hora de ampliar a luta e a unidade para barrar cada uma das privatizações, inclusive considerando as especificidades de cada uma. Para isso é preciso ampliar a construção de Comitês contra a privatização da Sabesp, a primeira na linha de tiro – luta na qual os grupos de base do Diálogo e Ação Petista estão engajados – e dar um “chega pra lá” na política privatizante de Tarcísio e sua turma.

Tiago Maciel

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