Transformar a indignação em ação

“Lula está irritado com Israel” dizia uma manchete do UOL, nesta quarta feira, 8 de novembro, fazendo referência ao fato de que Israel nega a possibilidade de repatriação de cidadãos brasileiros e mantém a ocupação e o bloqueio em Gaza.

Irritado é o que toda pessoa com um mínimo de dignidade humana deve estar, depois de 30 dias incessantes de bombardeios que já vitimaram milhares de palestinos, muitas crianças.

Está em curso um genocídio, aos olhos de todos os seres humanos do planeta.
A irritação, a raiva, a indignação diante do que está acontecendo, precisam ser transformadas em ação. Devem embalar as manifestações de solidariedade ao povo palestino, mundo afora, que vem tomando um caráter de massa e se chocam também contra os seus governos, que insistem em manter relações com o estado sionista e a sustentar a política do imperialismo.
O governo Lula deve ser cobrado para agir, não só falar. As embaixadas e consulados de Israel e dos EUA devem ser pressionados, expostos, denunciados. Parem o genocídio!

Se organizar e lutar é o único modo de impedir o futuro sombrio que o sistema capitalista reserva para a humanidade e que atinge, a cada dia, milhões de pessoas mais. Um futuro de fome, de mortes, de racismo, de privatizações, de desastres humanos e ambientais, de destruição.

No Brasil, convém lembrar que só em 2022 registrou-se quase 50 mil mortes violentas intencionais. Um número de guerra, repetido ano após ano, que vitima principalmente negros (mais de 75%). A violência policial crônica que se espalha por todos os estados do país atinge principalmente negros. São os negros quem mais passam fome, o maior contingente de desempregados. Os trabalhadores negros ganham cerca de 40% menos do que brancos por hora trabalhada, segundo levantamento da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicilios Contínua (Pnad Contínua), divulgada em agosto desse ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Como transformar essa realidade? Mais uma vez pela organização e pela luta, que devem passar pelas manifestações do dia 20 de novembro, organizadas pelo movimento negro, dirigindo ao governo Lula exigências concretas: o veto ao PL 3045/2022, que aumenta o poder das PMs, a desmilitarização das policiais, a titulação das terras quilombolas. Chega de massacre!

Ao apostarmos na luta, especialmente na luta para exigir que o governo eleito pelos trabalhadores cumpra suas promessas de campanha e aja de acordo com os interesses dos trabalhadores e dos oprimidos, não faltarão aqueles que exigirão “realismo” diante das dificuldades para tomar o caminho da ruptura com os interesses do imperialismo. Lira e o congresso reacionário, STF e militares no Brasil são dificuldades, e mais ainda é o poderio econômico e militar das potências imperialistas lá fora. São dificuldades reais, mas é justamente a “realidade” imposta por esses senhores que é inaceitável.
É preciso se apoiar no povo, trabalhar para ampliar a mobilização popular e cobrar. É o que estão fazendo os metalúrgicos da GM quando, em greve, se dirigem à Lula para interceder nas demissões, e enfrentar os interesses da multinacional. É o que deveriam fazer, numa escala muito maior, as grandes organizações dos trabalhadores, como o PT e a CUT.

De nossa parte, com os militantes do Diálogo e Ação Petista, nos próximos dias, semanas e meses, vamos trabalhar pela mais ampla solidariedade internacional com o povo palestino, pelos direitos da população negra no Brasil no dia 20 e depois e para tirar do papel a Marcha à Brasília em defesa dos direitos aprovada pela CUT em seu último congresso e prevista para o primeiro semestre de 2024.

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