Não há país para o qual olhemos onde não haja o aprofundamento dos ataques aos direitos, serviços públicos e condições de vida do povo. Consequências da política dos governos que respondem à necessidade do capitalismo em crise e que agora, aproveitando da pandemia, aceleram medidas que nos aproximam cada vez mais da barbárie.
No Brasil, esta situação ganha uma dramaticidade particular. Filas de pessoas atrás de ossos, para lembrar o gosto de carne que já não comem mais. A volta do fogão a lenha, quando se tem o que cozinhar, porque gás já não dá para comprar mais.
Consequências da permanência de um governo que, além de fazer o que fazem todos os outros, faz emergir com força outros efeitos da sobrevivência do capitalismo: as milícias trafegam em tapetes vermelhos; as instituições, como o Congresso, se locupletam com o dinheiro público, a educação, ciência e pesquisa são solapadas, e por aí vai. A barbárie ganha toda sua dimensão.
Como o veto do governo à concessão de absorventes às meninas carentes e mulheres em situação de rua e nos cárceres (uma delas, mãe de cinco filhos foi presa – agora solta – por roubar itens comestíveis no valor de R$ 21,00!). No caso das meninas, um fator de ausência às aulas e que empurra à evasão escolar é não terem absorventes para irem às escolas durante seu ciclo menstrual!
O governo assalta os cofres públicos, acoberta ministros que lucram em paraísos fiscais e diz às mulheres: vivam como bichos! Nada contra os bichos, mas este exemplo é uma expressão nua e crua da regressão em toda linha que representa a sobrevivência do capitalismo. No Brasil, na figura do rato Bolsonaro que emergiu do esgoto, no ralo aberto pelas atuais instituições.
Mas, é verdade também, que em todos os países – cada um de forma particular – a luta do povo está presente.
No Brasil, surgiram as mobilizações por Fora Bolsonaro. Os servidores públicos resistem à PEC 32 que, se aprovada, jogaria ainda mais o povo à própria sorte.
A contundência dos ataques exige uma resposta mais contundente, que não passa por buscar saídas com os mesmos, os de sempre, que ajudaram a construir esta “barbárie à brasileira”: o governo Bolsonaro, cuja política e “modus operandi” são tolerados pelas atuais instituições.
Precisa de prova? Mesmo com tudo que já se sabia, e tudo o mais que foi revelado pela CPI da Covid, o presidente da Câmara, Arthur Lira, com o bolso cheio de grana, se diz “absolutamente tranquilo e convencido” de que não há condições para instaurar um processo de impeachment.
Pois bem, que se diga, em particular o PT – cuja liderança maior, Lula, aparece como a única alternativa, como mostram as pesquisas eleitorais, para enfrentar a barbaridade imposta ao povo – “estamos convencidos que com este governo não dá! É Fora!” E no bojo desta luta – que passa pelo chão da fábrica, pelos bairros das periferias onde estão os jovens sem futuro, as meninas sem absorventes e os pais e mães de família sem ter o que colocar na mesa para dar de comer aos seus filhos – vamos discutir e preparar as condições para que com a derrubada deste governo se abra um processo de reconstrução do país.
Para barrar a barbárie à brasileira, o primeiro passo é ejetar Bolsonaro. Para abrir a via da luta pelo socialismo, contra a barbárie, o passo sincronizado é livrar o país das instituições que o promoveram e com ele são coniventes.
É por esta luta que o Diálogo e Ação Petista mobiliza seus grupos de base e abre a discussão com todo o partido. Nas ruas por Fora Bolsonaro! E, diante da crise das instituições, a perspectiva de uma Assembleia Constituinte Soberana.