A destruição acelerada exige resposta

A forte alta nos preços de alimentos básicos – arroz, feijão, carne, leite e óleo – é mais um martírio imposto ao povo que já sofria a deterioração das condições de vida e trabalho, sob Temer e agora Bolsonaro, deterioração agravada pela pandemia e pelo uso que dela faz o governo para “passar a boiada”.

Os preços dos alimentos sobem e o governo anuncia que cortará pela metade o auxílio emergencial.

Não é só menos comida na mesa das famílias trabalhadoras o que o governo oferece. É menos tudo!

Menos serviços públicos. O orçamento para 2021 retirou recursos da Saúde e Educação. Agora o governo encaminhou ao Congresso a proposta de Reforma Administrativa, um plano de ataque aos servidores e de desmantelamento dos serviços públicos.

Menos políticas sociais. Num país onde a questão do campo é crucial, para 2021 foram limados 90% dos recursos do Incra para assentamentos, e elevados os recursos para indenização judicial de fazendeiros que tiverem terras desapropriadas!

Menos Estado. A proposta de privatização desenfreada pretendida pelo governo (Caixa, Banco do Brasil, Eletrobrás, Petrobrás, Correios…), vai retirar a capacidade do Estado de agir em benefício da população.

O que já está ruim, como a falta de distribuição de teste para a Covid-19 por incapacidade do Ministério da Saúde de adquirir insumos, vai piorar.

Menos empregos. Mais da metade da população economicamente ativa está desocupada. E as empresas, nacionais e multinacionais, não cessam de anunciar demissões, e nenhuma medida para coibir o aumento do desemprego é, sequer, balbuciada.

Menos soberania. À negligência e mesmo incentivo do governo diante do processo de destruição dos recursos naturais – como o que ocorre na Amazônia e Pantanal – soma-se seu apetite para entregar a exploração das riquezas naturais a empresas estrangeiras.

O quadro, atual e o que se avizinha, é dramático, mas não é inexorável. É preciso reagir e impedir que se consume a tragédia, o quanto antes, em benefício do país e seu povo. É possível? Se olhamos a resistência dos trabalhadores, diretamente atingidos, sim é possível reagir, à condição que as organizações dos trabalhadores ocupem seu lugar, tirando cada resistência local do isolamento. Por exemplo, a greve nacional dos trabalhadores dos Correios que já dura quatro semanas, não teve ainda a solidariedade necessária.

Bem falou Lula em seu discurso no 7 de setembro “Decidi me concentrar, ao lado de vocês, na reconstrução do Brasil como Nação independente, com instituições democráticas, sem privilégios oligárquicos e autoritários. Um verdadeiro Estado Democrático e de Direito, com fundamento na soberania popular”. E como chegaremos aí?

O caminho deve começar a ser trilhado já, com a solidariedade ativa à greve dos ecetistas que lutam por seus direitos e contra a privatização da ECT.

Reagir passa também por levantar já, a começar pelo PT, um conjunto de medidas diante das necessidades emergenciais do povo, numa situação de emergência. Demandas como a garantia de comida na mesa, a defesa dos empregos e a exigência de condições para a retomada plena do trabalho e do estudo, com o teste em massa e condições sanitárias compatíveis.

Exigências opostas ao acelerado plano de destruição do Palácio do Planalto. Ao levantá-las para unificar a luta para melhorar as condições de vida do povo trabalhador, é a luta pelo fim do governo Bolsonaro que deve ser reforçada.

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