Os trabalhadores se preparam, com suas centrais, para uma paralisação nacional em 30 de agosto, com uma plataforma dirigida ao governo e ao Congresso. Mais um passo na retomada da iniciativa das massas, depois das jornadas de junho e julho.
O governo e o PT têm a responsabilida de de responder às exigências que explo diram nas ruas.
As ruas pediram serviços públicos de qualidade. Mas a política do governo está “ouvindo as ruas”?
Não no corte do Orçamento, que, entre outras consequências, levou à suspensão da nomeação de servidores aprovados em concurso. A imprensa reclama que o corte é pouco e faz alarde: o superávit desse ano foi o menor desde 2001. É o mercado exigindo do governo que vá mais fundo no desvio de dinheiro dos cofres públicos para garantir o pagamento dos juros da dívida aos banqueiros.
O governo reafirmou o leilão do petróleo do campo de Libra – uma área estratégica, a maior reserva do Pré-sal – e vai usar o valor arrecadado no leilão para garantir o superávit primário.
A plataforma da paralisação de 30 de agosto exige a suspensão do leilão, que o governo ouça os trabalhadores!
A presidente apresentou a proposta do plebiscito para convocar uma Constituinte para fazer uma reforma política. Proposta, essa sim, que ouvia as ruas, pois
o atual Congresso – de todas as instituições, a mais rechaçada pelas massas – não vai mexer em nada que contrarie os privilégios ali ancorados.
Com o bombardeio do PMDB, a presidente Dilma recuou e apresentou a proposta de plebiscito da reforma política. O PMDB segue na ofensiva. Seu deputado, Sandro Mabel (GO), é o autor do Projeto de Lei da terceirização (PL 4330), um ata- que brutal aos direitos trabalhistas, contra o qual as centrais sindicais se mobilizam.
A situação do país e as demandas reprimidas pedem respostas. O PT deve responder.
O Diretório Nacional, em nota, disse apoiar o Dia Nacional de Paralisação e se posicionou contra o PL da terceirização. É hora de ir das palavras aos fatos, pois, até agora, o partido foi o grande ausente nas mobilizações.
A chapa “Constituinte, por Terra, Trabalho e Soberania”, com a qual participamos no Processo de Eleições Diretas no PT, propõe reerguer as bandeiras do partido e devolver a palavra ao povo. O PT deve se declarar disposto a romper com os grilhões das alianças que servem às classes dominantes e ao imperialismo, travando todas as reformas que as mobilizações exigem.
É hora do PT se dirigir ao governo para dizer: fim do superávit fiscal primário! É hora do PT exigir a reforma agrária e a redução da jornada para 40 horas, mais duas exigências que levam os trabalhadores à paralisação em 30 de agosto.
Depois de junho e julho, muitos dizem no partido que é “preciso reaproximar o PT dos movimentos populares”.
Os movimentos populares, os trabalhadores, os jovens estão dizendo o que querem! A maioria do povo quer ter atendi das as suas aspirações, que são negadas para cumprir o superávit exigido pelo imperialismo! As riquezas nacionais não podem mais ser entregues ao capital privado em detrimento da maioria do povo! Os trabalhadores não podem mais ter seus direitos atacados para salvar um sistema em crise!
Chamamos os petistas a se colocarem na linha de frente das assembléias de trabalhadores e plenárias, preparando o 30 de agosto, o que passa pelas mobilizações dos dias 6 e 13 contra o PL 4330, do PMDB.