A questão que tudo concentra

A partir do dia 26 de março, quando o Tribunal Regional Federal (TRF4) deve julgar os embargos declaratórios, será dada a senha para que as podres instituições façam de Lula um prisioneiro político.

As forças reacionárias se conjugam para esmagar a democracia e desativar o que para elas é uma bomba relógio contra seus planos de oferecer de bandeja ao imperialismo, os direitos dos trabalhadores, privatizar o pa­trimônio público e entregar nossa soberania nacional.

A combinação bombástica para os podero­sos do mundo e seus serviçais nativos é que por mais que façam, usurpando o poder, frau­dando a Justiça, enxovalhando os lares com horas de noticiários mais que tendenciosos, Lula e o PT seguem depositários da esperan­ça por um país e uma vida melhor. Em que pesem os erros cometidos, em particular na crença nas instituições que sustentam a se­cular dominação do país pelo imperialismo, este é o único caminho que está posto para barrar o retrocesso e avançar.

O que explica, depois de anos de persegui­ção e tentativa de desmoralização, que as pesquisas não possam senão registrar que é Lula a saída que a maioria do povo teima em se agarrar e o PT é, de longe, o partido com maior preferência popular?

Assim como se agarrou em seus sindica­tos para tirar da pauta a contrarreforma da previdência, a classe trabalhadora brasileira insiste em agarrar-se no partido que criou, e na sua principal liderança, para retomar o caminho que começou a trilhar quando, através de seu próprio movimento, derrotou a ditadura militar.

Hoje, num país sob o golpe, cujo “chefe de governo” está cada mais vez mais afundado, em que as classes dominantes não conse­guem, a sete meses das eleições, apresentar um representante viável à presidência, através de Carmens Lúcias et caterva, querem impe­dir a candidatura de Lula. E o Judiciário, já está mais que provado e comprovado, está decidido a isso. Nenhuma ilusão que o Supre­mo Tribunal Federal (STF), por sua própria vontade, vá reverter a operação montada para tirar Lula das eleições, através de fraudulentos julgamentos.

O desenlace desta situação, que não está dado, definirá os rumos do nosso país.

O PT decidiu, em qualquer circunstância, mesmo com Lula preso, é ele o candidato a presidente que será inscrito em 15 de agosto, como prevê a legislação eleitoral.

Mas, para garantir esse direito, uma longa batalha, que não é meramente eleitoral, está por ser construída. Questão central na defe­sa da democracia brasileira, ela concerne a todos.

No terreno eleitoral, todos os candidatos do PT, deputados senadores e governadores, têm a tarefa de fazer da defesa de Lula o carro chefe de suas campanhas.

As direções sindicais estão chamadas a se posicionarem, abrir a discussão na base e explicarem para os trabalhadores, os quais a Globo tenta intoxicar diuturnamente, o que está em jogo. Se o direito de Lula ser candidato não é garantido, que democracia terão os trabalhadores e seus sindicatos para organizarem a luta por suas reivindicações e para reverter a nefasta “reforma” trabalhista em vigor?

A defesa da democracia se concentra hoje em barrar a operação contra Lula.

Os Comitês Populares em Defesa da Demo­cracia e do Direito de Lula ser Candidato de­vem proliferar. E se, após o dia 26 de março, ousarem transformar Lula em preso político, os Comitês serão a força para organizar a batalha por sua libertação e prosseguir a luta por uma nação livre e soberana.

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