Bahia lidera os casos de mortes violentas no país

PM baiana é a que mais mata no país, em números absolutos

O Anuário Brasileiro de Segurança Pública coloca o estado da Bahia na liderança em vários casos de violência em 2022. São 6.659 pessoas relacionadas às mortes violentas intencionais, ou seja, decorrentes de homicídio doloso, latrocínio, etc. Destes, 1.464 são mortes decorrentes de intervenções policiais. 

Não por acaso, portanto, a polícia baiana é a segunda mais letal do país com 10,4 vítimas por 100 mil habitantes. A Bahia tem as 4 cidades mais violentas do país com população acima de 100 mil.

Certamente, o aumento da violência no país não é um problema só baiano. O golpe e o governo genocida do Inelegível piorou o quadro. Subiram 2,9% os casos de violência contra a mulher (mais de 245 mil), como também a taxa de feminicídio em 6,1% (1.437 casos). São mais de 830 mil presos, a maioria entre 18 e 34 anos, quase 70% são negros. Não há como contornar o protagonismo da polícia militar nestas mortes, ao adentrar nas favelas e comunidades, atirando e matando o povo negro. O governo Lula deve encarar o desafio de pautar a desmilitarização da PM.

Porém, o problema nacional não isenta a responsabilidade do governo da Bahia, sobretudo após 16 anos de gestões encabeçadas pelo PT. Em nota, a Secretaria de Segurança diz que “não coloca homicídio, latrocínio ou lesão dolosa contra um inocente, na mesma contagem de homicidas, traficantes, estupradores, e outros criminosos, mortos em confronto policial”. 

Mas, nem todos os mortos em confrontos são “bandidos” e mesmo “bandidos” não devem ser executados pela PM, que não julga e muito menos aplica pena. 

Essa resposta estilo bolsonarista é indignante, como destacou a nota do DAP ao Diretório Estadual do PT em julho: “Esse modus operandi foi derrotado nas urnas, mas continua na PM baiana, que sempre repete em notas, que ‘a guarnição acionada, foi recebida a tiros’. Ao contrário do que diz a comunidade: ‘não teve troca de tiros. Chegaram atirando como sempre fazem’, como afirmou a tia de Gabriel Silva de 10 anos, assassinado dia 23 em Lauro de Freitas. O genocídio do povo negro, em particular da juventude negra, tem que acabar”.

É urgente o governador Jerônimo mudar o rumo da política de segurança, pois foi esse o mandato que recebeu das urnas.

Paulo Riela

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