Caravana de Lula em Minas

Militantes do PT, dos sindicatos e do movimento popular se preparam para a recepção

Desde o anúncio de que a caravana do Lula passaria – entre hoje (23) a 30 de outubro – por Minas Gerais, várias reuniões foram organizadas. São trabalhadores da cidade e do campo, jovens do PT e das organizações estudantis que se reúnem para organizar e mobilizar para receber o ex-presidente Lula. O chamado para essa mobilização teve início com o envolvimento do próprio PT no estado – das direções estadual e municipais que tem se esforçado para envolver a base partidária – e que quer fazer desse evento uma demonstração de que o povo mineiro exige outra solução para o Brasil que não seja a destruição de empregos, dos serviços públicos, das estatais, enfim de todos os direitos conquistados por décadas de lutas dos trabalhadores brasileiros. E o companheiro Lula tem personificado esse anseio, como mostrou a caravana realizada pelo Nordeste do país. Não será diferente em Minas Gerais.

O percurso da caravana
A caravana começará pela cidade de Ipatinga, região do “Vale do Aço”, rica em minério onde existiam as empresas estatais Usiminas e Cia Vale do Rio Doce, privatizadas durante o governo FHC. Na época os governantes prometeram desenvolvimento e criação de empregos, mas a realidade é que o resultado das privatizações foi exatamente o contrário.

Não por acaso, desde a década de 90, várias cidades da região foram governadas pelo PT, situação modificada radicalmente nas eleições municipais de 2016, onde o PT sofreu derrotas na maioria das cidades, inclusive em Ipatinga. Ainda que dirigentes e militantes se questionassem se seria o melhor lugar para iniciar a caravana, todos partiram para a mobilização.

Além de Ipatinga, o presidente Lula passará por mais 11 cidades. Visitará cidades atingidas pelo desastre ambiental da Samarco, acampamentos do MST, universidades que estão desmontadas desde o golpe e regiões onde os governos de Lula fez inúmeros investimentos sociais, hoje todos ameaçados pelas medidas do governo golpista de Temer.

Prefeitos e parlamentares se mobilizam
Prefeitos e parlamentares do PT, PCdoB e setores do PMDB também se preparam para participar da caravana. O presidente da Assembleia Legislativa, Adalclever Lopes (PMDB) – que se colocou contra o impeachment da presidente Dilma – já anunciou que estará presente. Recentemente também declarou apoio à candidatura de Lula em 2018 e da reeleição de Pimentel (PT) para governador, mas sem dar sinais de rompimento com o seu partido, faz o jogo duplo, se colocando também favorável a candidaturas do seu partido. Uma dubiedade que tem prazo para se resolver e que merecerá uma discussão particular no PT.

A campanha pela anulação da Reforma Trabalhista
A partir da Secretaria Sindical do PT recém-eleita, teve início uma discussão de que na caravana o tema da contrarreforma trabalhista precisa estar presente e, com esse propósito, os petistas e cutistas garantirão bancas para a coleta de assinaturas. Mas, para além da coleta de assinaturas, os sindicalistas querem garantir que suas reivindicações apareçam na caravana. Por isso, estão sendo preparadas delegações das categorias com suas faixas por onde passar a caravana.

“Vamos mostrar que somos contra as privatizações e contra a retirada direitos e por isso queremos Lula Presidente”, declarou Davi Policarpo, petista e diretor do Sindicato dos Metroviários de Belo Horizonte, concluindo: “se tirarem o Lula das eleições de 2018 é por que os golpistas estão dispostos a mudar os jogadores, desde que continuem no controle do jogo. Aí não dá, né! A gente tem que dar razão para o PT que diz que eleição sem Lula é fraude”!

O Diálogo e Ação Petista
Os militantes do DAP também discutem como se integrar à caravana e as reuniões de volta do Encontro Nacional do DAP farão esse debate, ainda que a caravana não asse pelas cidades onde se organizam, a exceção de Belo Horizonte que já está integrado às atividades organizadas pelo PT. E um dos aspectos que o DAP quer fazer aparecer na caravana é a associação da candidatura de Lula à necessidade da Constituinte. Baptista, membro do DAP e também metroviário, pensa que “precisamos explicar para os trabalhadores que não adianta só eleger o Lula, será preciso mudar tudo no país, reformar o Judiciário, as instituições políticas, reverter as privatizações e as leis destruidoras aprovadas. Então o PT precisa começar a explicar isso e o DAP precisa ter lá a sua faixa garantindo que esse problema também apareça”. É o que será feito!

Sumara Ribeiro

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