De Curitiba ao Palácio do Planalto

Numa verdadeira demonstração de “va­mos ao que interessa”, no dia 5 de agosto, os principais jornais da imprensa internacional, sobre o Brasil, falaram de um só fato: a Convenção do Partido dos Traba­lhadores, realizada no dia 4, que oficializou a candidatura de Luis Inácio Lula da Silva à Presidência. As demais convenções viraram notinhas dentro deste fato principal. Tudo a ver.

Fato inédito na história do país, um preso político será inscrito candidato para as elei­ções presidenciais. Fato mais inédito ainda: preso político há 124 dias, Lula é a única esperança nas eleições de 2018, aos olhos das amplas massas, para colocar fim ao so­frimento imposto com o golpe de 2016. E não há sinal de que a maioria que declara voto em Lula vá arredar pé. Ao contrário, a cada pesquisa se consolida a expectativa de dar o troco no dia 7 de outubro para eleger Lula e colocar na mão da maioria do povo trabalhador a definição dos rumos do país. Não apenas anulando todas as medidas ado­tadas pelo governo golpista, como a contrar­reforma trabalhista que hoje joga 40,6% de trabalhadores na informalidade, como para fazer o que deixou de ser feito nos quatro go­vernos petistas: as reformas populares, como a reforma política, agrária, da mídia, etc .

A oficialização de Lula corresponde à es­perança da maioria do povo e a adoção do programa de governo reafirmando a Consti­tuinte é que pode atender a esta expectativa.

O caminho que levará Lula da cela em Curitiba ao Palácio do Planalto não será fácil.

Todas as barreiras jurídicas, falsamente construídas, serão interpostas. A cada sinal de nervosismo do mercado com a confirmação do favoritismo de Lula, mais pressão sobre o poder Judiciário para garantir que ele seja retirado da urna.

Só uma campanha aguerrida, mobilizadora, que organize os milhões que querem Lula presidente, pode interromper a marcha da perseguição da qual é vítima o candidato no qual a maioria quer votar.

Esta campanha tem por eixo o PT e sua militância. Daí que, no caminho de Curitiba a Brasília, decisões partidárias, que repetem alguns erros que fragilizaram o governo pe­tista e o PT na luta para barrar o golpe, não concorrem para dar confiança à militância. Alianças que, em certos casos, subordinam o combate maior a interesses locais são pedras no meio do caminho.

Mas o jogo começou e é hora do time pe­tista entrar em campo, sair às ruas, organizar os Comitês Lula Presidente. As próximas se­manas são decisivas. Entre a inscrição no dia 15 de agosto e o prazo que o Judiciário tem, até meados de setembro, para tentar fazer a lambança jurídica e não homologar a candi­datura, só a pressão popular pode garantir a presença do PT, com Lula, na urna.

A campanha começa. O PT tem um e só um candidato a presidente, Lula. Haddad como vice é e só deve ser, nas próximas semanas, porta-voz desta candidatura. Qualquer du­biedade concorrerá para facilitar o caminho dos que querem impedir a maioria de votar em quer votar.

No momento que estamos engajados para fazer uma grande manifestação em Brasília no 15 de agosto para a inscrição da candida­tura, com o Diálogo e Ação Petista, prepa­ramos o Encontro Nacional Extraordinário “Lula Presidente com Constituinte”, para o dia 1 de setembro.

A hora é agora! Sem titubear, preparar a vitória já no 7 de outubro.

Nota: depois de escrito este editorial, nova pesquisa publicada (CNI/MDA), confirma o favoritismo de Lula no estado de São Paulo, onde Alckmin amarga uma terceira colocação!

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