De onda em onda, situação segue descontrolada

A pandemia se agrava, e a inefetividade das ações de enfrentamento durante todo o período de 2020 e 2021 são expostas na CPI. A cobrança dos meios para sair da situação crítica com vacinação e testagem continuam.

Sabemos de quem é a culpa pelo descontrole da pandemia no país: do governo Bolsonaro.

O assunto do momento é a CPI. Entre depoimentos absurdos e mentirosos, encontramos o do general ex-ministro citando que não teve influência de Bolsonaro para adotar medidas não comprovadas cientificamente, e negando a ciência da falta de oxigênio em Manaus a tempo de intervir no que ocorrera.

Em seguida nos deparamos com o depoimento da médica nomeada “capitã cloroquina”, médica secretária do Ministério da Saúde (MS), carregado de inconsistências e ataques à saúde pública, a fundação Fiocruz e aos servidores. Para tentar se defender da aplicação de medidas sem eficácia ou prejudiciais, esse grupo de médicos que hoje estão no Ministério da Saúde criaram um encontro às pressas, reunindo nomes que se auto intitulam “defensores da terapia precoce”, como intuito de se defenderem do indefensável: a aplicação de medidas deletérias aos pacientes.

Vacinação e Testagem
Apenas 10% da população possui as 2 doses e estão imunizados. A produção está atrasada e acordos não são cumpridos pelo Ministério da Saúde (MS). O Instituto Butantã teve uma promessa de 80 milhões para preparar sua fábrica que dará autonomia para a produção de vacinas (sem precisar de importar o IFA – Ingrediente Farmacêutico Ativo- dos chineses). E esse montante até agora não foi repassado.

Testes diários não têm nem contabilização mais pelo MS. Acuado pela CPI, o MS anuncia vacinar toda população adulta até o final do ano e realizar testagem em massa. Quem acredita?

Como meio de pressão à testagem em massa, o Projeto de Lei da Testagem por iniciativa do Diálogo e Ação Petista (DAP) já foi protocolado em diversos municípios como em Volta Redonda, São Bernardo, Florianópolis, Campinas, Juiz de Fora… E tem sido utilizado para se discutir em diversas atividades a necessidade da testagem, rastreamento, isolamento, condições de local de trabalho com distanciamento, máscaras e álcool-gel garantido pelos patrões.

Em Franca (SP) o projeto foi aprovado por unanimidade na Câmara dos Vereadores e o prefeito Alexandre Ferreira (MDB) está sentado em cima. Na cidade de Juiz de Fora o PL da Testagem protocolado pela vereadora Cida Oliveira (PT) é usado para passar abaixo assinado em locais de trabalho. Outro exemplo é Campinas (SP), aonde 5 vereadores (PT e PSOL) protocolaram o PL da Testagem e estão discutindo a necessidade de testes no município com atividades com a Unicamp para testagem em comunidades para estudos.

Ribeirão Preto (SP) já possui 2.200 assinaturas pelo projeto de iniciativa popular do DAP e está chegando no número necessário para protocolar o PL na Câmara. Essas assinaturas têm sido coletadas através de atividades do DAP em comunidades associadas ao abaixo assinado de “despejo zero” no município. Em São Bernardo do Campo o DAP vem realizando a coleta de assinaturas do abaixo assinado em atividades com banquinha, para apoiar o PL protocolado, com o PL de Auxilio Emergencial da mesma autoria (Vereadora Ana Nice – PT).

A retomada das ruas, com medidas de segurança
A CPI aberta e a certeza que a pandemia continuará, as condições de vida em degradação, a fome batendo a porta das famílias, são o alimento para gerar a indignação com o genocídio da classe trabalhadora. Por isso entidades rediscutem a falsa divergência entre a política de isolamento e a movimentação nas ruas, como os atos de 29 de maio, devido a necessidade de pôr um fim ao governo que é mais mortífero que o vírus.

Entidades de saúde e representativas de médicos – Rede de Médicos Populares, Associação de Médicos pela Democracia, Sindicato dos Médicos de São Paulo – não só aprovam mas convocam a ida às ruas e ajudam a difundir medidas de segurança (máscara, distanciamento e álcool-gel).

Juliana Salles

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