Declaração da Conferência da Corrente O Trabalho do PT

AOS TRABALHADORES E JOVENS

Neste momento, em que o governo dos EUA ameaça uma intervenção militar violando a soberania nacional da Síria, na mesma política de guerra e pilhagem que está por trás da espionagem que no Brasil mira o petróleo do pré-sal, nós dizemos: não à intervenção na Síria, não ao leilão de Libra!

Neste momento, em que o STF vai concluir a Ação Penal 470 que condena o PT como a exceção, quando o caixa dois é a regra geral dos partidos corrompidos com os quais o PT se aliou no “balcão de negócios” do presidencialismo de coalizão do Congresso, nós dizemos: não aceitamos! Cabe aos filiados do partido julgar essa política. Defesa do PT e de seus dirigentes!

Neste momento, em que no Congresso Nacional, o PMDB, o PSDB e outros partidos patronais, querem aprovar o PL 4330 da terceirização-precarização, para ampliar a exploração desenfreada dos trabalhadores, nós dizemos com a CUT: abaixo o PL 4330!

Nesse momento, em que os petistas se perguntam o que fazer frente à nova situação aberta no país, nós dizemos: é preciso mudanças na política do governo e no partido!

QUAL A SAÍDA, NESSA SITUAÇÃO?

“O Trabalho” não tem interesses distintos do conjunto dos trabalhadores, e submete ao debate as suas conclusões.
Os milhões que em junho saíram às ruas por transporte, saúde e educação, revelaram um fosso entre o povo e as instituições – o Judiciário, os Governos e os Legislativos, sobretudo o Congresso Nacional –, instituições
merecidamente abaladas. A surpresa foi geral, mas maior na cúpula do PT que tratava as poucas melhorias até então obtidas, na verdade, duras conquista sociais do povo trabalhador, como se fossem benesses da coalizão de governo.

Aliás, nas ruas, o anti-partidarismo só ganhou espaço pela frustração acumulada em 10 anos do PT no governo convivendo com as instituições, sem mudanças no Estado. E como negar que a passividade da cúpula do PT na AP 470 facilitou as manipulações? Mas a força das massas nas ruas conquistou a redução das tarifas de transporte. E levantou as demandas acumuladas por serviços públicos, em contradição com a política de superávit fiscal primário, imposta pelo FMI há quase 20 anos, a fim de canalizar o Orçamento no pagamento da divida aos banqueiros.

Essas reivindicações exigem uma Constituinte Soberana para reformar o Estado de cabo a rabo, e abrir caminho às aspirações mais profundas de justiça social – a reforma agrária, a reestatização das empresas privatizadas e 100% do petróleo para a Petrobras. A presidente Dilma foi à TV propor um plebiscito para uma Constituinte especifica para fazer a reforma política, o que abria a discussão, masrecuou diante da sabotagem do vice-presidente Temer, apoiado pelo STF e a oposição.

Lamentável, e com eles se alinharam a Força Sindical e a Conlutas. Hoje, a reforma política é cozinhada no Congresso do PMDB.

No entanto, a única resposta às ruas é dar a palavra ao povo! Com esse Congresso não dá! Mais do que nunca: Plebiscito por uma Constituinte para fazer a reforma política!

QUE POLÍTICA PARA O PT?

Em 10 de novembro, milhares de filiados do PT votarão no Processo de Eleições Diretas (PED), com muitos dos vícios que o PT denuncia nas eleições brasileiras.

Nós, que defendemos a volta aos Encontros de delegados eleitos na base com o fim do PED, nos lançamos na disputa nesse terreno adverso.

Apoiamos a chapa “Constituinte, por Terra, Trabalho e Soberania”, chapa nacional 210 com Markus Sokol presidente, e mais 12 chapas e presidentes estaduais. Queremos ajudar os petistas a se reapropriar do PT para cumprir o papel para o qual foi fundado, defender o trabalhador.

Sim, porque o PT não foi criado para desonerar a folha de pagamentos para os patrões, nem para aumentar os juros, muito menos para concessões de aeroportos e estradas, ou leilões como o do campo de Libra no pré-sal!

Ao contrário, o PT deve defender o desdobramento do passo de Dilma em resposta às ruas, com o “Mais Médicos” – saúde pública com investimentos na rede básica, plano de carreira federal, estatização de leitos e revogação das Organizações Sociais. Da mesma forma, defender os R$ 74 bilhões da mobilidade urbana dos Estados e municípios, estatizando os transportes, bem como defender os recursos do fundo social do pré-sal para a educação pública.

É preciso acabar com o superávit primário e romper com a subordinação do Brasil ao imperialismo.

Um Brasil soberano não pode apoiar a intervenção na Síria, com ONU ou sem ONU. Afinal, a manipulação da ONU pelas potências imperialistas não justifica a intervenção. Menos ainda no Haiti, se justifica, 9 anos depois, a participação brasileira nas tropas de ocupação! Para a reeleição de Dilma em 2014, é preciso, desde já, tomar medidas de governo, como cancelar a visita a Obama e suspender o leilão de Libra, que ajudem a construir a força social de mudança.

Uma força apoiada em candidaturas próprias do PT nos Estados, com base numa plataforma social e nacional, e alianças com o PCdoB e setores populares de partidos como PSB e PDT. Chega de “aliança nacional” com os sabotadores da cúpula do PMDB, tanto no 1º turno como no 2º turno!

Concluindo, dirigimo-nos em particular aos 2600 petistas agrupados conosco nas chapas estaduais “Constituinte, por Terra, Trabalho e Soberania”, para dizer-lhes:

A hora é agora! Podem pagar cem mil boletos, mas não podem comprar cem mil consciências! Vamos à luta, visitar filiados e discutir, a situação é favorável, a vitória será nossa!

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