Defender o PT e os interesses dos trabalhadores

No Processo de Eleições Diretas (PED) do PT nesse ano, o dado que mais chama a atenção é que dos filiados aptos a votar, compareceram apenas 58%. Num total de 421 mil votantes, foram 100 mil a menos do que o PED de 2009.

5267 filiados do PT deram seu voto na chapa nacional “Constituinte Por Terra Trabalho e Soberania”, votos que se desdobram nas chapas estaduais e municipais e zonais. Resultado no qual a Corrente O Trabalho, que integrou a chapa, se apóia para prosseguir na luta que está engajada desde a fundação do PT: a defesa de um instrumento político independente para defender os interesses da classe trabalhadora e da maioria oprimida.

Nas difíceis condições do PED – um processo que introduziu o poder econômico na disputa interno do PT – os milhares de petistas que conhecendo nossas propostas, por iniciativa própria depositaram seu apoio, renovam a motivação para prosseguir o combate.

Com os que deram votos às nossas chapas no PED, e também com muitos que, mesmo identificados com outras chapas, reconhecem a necessidade de fazer frente à situação que ameaça o PT e, terminada a disputa, estarão dispostos a prosseguir juntos o combate.

Sim, é preciso reforçar no PT um agrupamento dos militantes que querem, em primeiro lugar, defender o PT como um instrumento de luta dos trabalhadores.

Defender o partido da ameaça de dissolução de sua vida interna que é o que representa o PED, onde os petistas são chamados a votar a cada quatro anos e a política, muitas vezes decididas fora das instâncias partidárias, é contraditória com os compromissos assumidos quando fundamos o PT.

Sim, é preciso defender o PT da ameaça externa hoje protagonizada pelo Supremo Tribunal Federal que, numa operação brutal e ilegal, levou à cadeia os dirigentes injustamente condenados.

Saudamos os petistas que não se dobrando à omissão da direção, em todos os níveis, iniciam uma verdadeira campanha de solidariedade aos companheiros, mostrando a disposição de defender o PT.

Saudamos a decisão da CUT cuja resolução “exige a imediata revisão criminal que anule a sentença da Ação Penal 470” (19/11).

Esse é o caminho: a anulação da Ação Penal 470, um julgamento de exceção, é o que pode fazer frente à ofensiva que ameaça imediatamente o PT, através da condenação e prisão de seus dirigentes, mas que, na verdade, é uma ofensiva contra as organizações construídas pelos trabalhadores, para preservar um sistema apodrecido que está aí para garantir os interesses do imperialismo e de seus diretos representantes locais.

Estão certos os trabalhadores sem terra do Pontal do Paranapanema (SP) que lutam pela reforma agrária, integrando a exigência de “liberdade aos presos políticos do PT”, colocando faixas nas fazendas ocupadas.

Tudo a ver, pois as atuais instituições, como o STF, são um obstáculo às profundas reformas que as ruas exigiram em junho, o que coloca a exigência de uma Constituinte Soberana, que comece por fazer a reforma política, abrindo o caminho para a satisfação das necessidades do povo e para a conquista da soberania nacional.

Nos dias 30 de novembro e 1º de dezembro, com os companheiros do Diálogo Petista e das chapas “Constituinte Por Terra, Trabalha e Soberania”, a Plenária Nacional de petistas tem na sua pauta essas questões, com o objetivo de discutir e decidir o que fazer, para agir como o PT agia.

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