Depois do 19J, uma nova situação se abre

O 19 de junho demonstrou que as manifestações pelo fim imediato do governo Bolsonaro crescem em todo o país. Elas se produziram em mais cidades do que as ocorridas em 29 de maio, foram ainda maiores em várias capitais, incorporando, para além da juventude sempre presente, mais setores populares, pressionando organizações e sindicatos a delas participarem, num processo sem volta que traduz a vontade majoritária do povo brasileiro de botar um fim, agora e já, ao governo Bolsonaro, pois “ninguém aguenta mais”.

E não dá mesmo para aguentar um presidente que pisoteia e debocha do povo submetendo-o à fome, à Covid-19 e ao desemprego, enquanto protege seus familiares e milicianos, afaga as Forças Armadas com cargos e privilégios – sendo respaldado por generais nostálgicos da ditadura – e conta com a maioria de um Congresso reacionário para impedir o seu afastamento, apesar dos incontáveis crimes de responsabilidade por ele cometidos desde o início de seu nefasto mandato.

Um Congresso que acaba de privatizar a Eletrobras, que avança sobre os direitos dos povos indígenas, que se locupleta com os bilhões do orçamento secreto, além das emendas do orçamento oficial, cujo presidente da Câmara, Lira, diz que continuará sentado em cima de mais de 100 pedidos de impeachment.

Sim, o governo Bolsonaro é pior que o vírus, por isso as ruas são retomadas por centenas de milhares de manifestantes em todo o país. Tal como nos países vizinhos Chile, Peru e Colômbia, o povo trabalhador vai se dando conta que o problema não é só o governo de plantão, por mais desqualificado que ele seja, mas das instituições que o geraram e que o sustentam.

É por isso que na luta contra governos de direita e pró-imperialistas, como os de Piñera no Chile, de Duque na Colômbia, na luta para impor a vontade popular que elegeu Pedro Castillo contra o fujimorismo no Peru, naturalmente surge, desde as massas, a exigência da Constituinte Soberana que possibilite reconstruir a nação de acordo com os interesses de sua maioria explorada e oprimida, o que exige a ruptura com o imperialismo. Também no Brasil está chegando a hora de dar a palavra ao povo, que é quem pode salvar a nação da destruição e reconstruí-la de acordo com seus interesses!

O primeiro passo nessa direção é botar para fora o governo Bolsonaro e seus generais, este é o grito que vem das ruas neste momento de retomada da luta de massas. Agora e já, e não esperar o dia 3 outubro de 2022 para derrotar Bolsonaro nas urnas. Como estará o Brasil até lá, dado o grau de destruição que já vivemos?

O que fará o tresloucado ex-capitão, senão tentar realizar a sua vocação golpista, apoiando-se nos milicos e nos setores mais podres da sociedade, o que inclui empresários inescrupulosos que apoiam, através de seus partidos, a política entreguista e pró-mercado do ministro Paulo Guedes, as privatizações e o desmonte dos serviços públicos, inclusive do SUS, em plena pandemia, como pretende a reforma administrativa?

É nesse quadro que o Diálogo e Ação Petista vai realizar a sua 2ª Plenária Nacional no próximo dia 3 de julho, inclusive como instrumento de preparação de novas e ainda maiores manifestações pelo fim desse governo, como a que agora se convoca para 24 de julho. À luta companheiros, nem um dia a mais para Bolsonaro e seus generais!

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