Desemprego e precarização persistem em alta

O golpe e a crise econômica por ele trazida produziram uma forte piora nas condições de vida da popu­lação. A renda média real do trabalho principal caiu 7% desde o início de 2015. Com a informalização, salários médios tendem a se enfraquecerem. Mas isso para quem ainda se manteve empregado.

Pois o desemprego cresceu forte­mente com a crise dos últimos 3 anos e meio e teima em manter-se em pata­mar elevado. Com ele, a precarização do emprego também aumenta. A queda de empregos formais foi acom­panhada da enorme elevação de tra­balhadores informais e desalentados. Ao todo, o número de trabalhadores “subutilizados” – disponíveis, mas que estão desempregados, subempregados ou desalentados (de procurar empre­go) – atingiu no primeiro trimestre deste ano 28 milhões. São quase 26% da força traba­lho contra 15% no início de 2015, conforme mostra o gráfico.

PNAD

Os dados da pesquisa PNAD do IBGE mostram que no trimestre fevereiro­-abril de 2019, a taxa de de­semprego (desocupação) atingiu 12,5% da força de trabalho: 13,2 milhões de pessoas. Mas além deles, há os oito milhões de desalentados (por desâni­mo, deixaram de procurar emprego nas últimas se­manas) e os sete milhões de subempregados. São números recordes desde o início da pesquisa (em 2012).

Para quem ainda tem emprego, o golpe e sua crise fizeram cerca de um milhão de trabalhadores perderam a carteira assinada e outros dois e meio milhões, que entraram no mercado de trabalho, tor­narem-se informais. Entre 2015 e hoje, enquanto o emprego formal, com carteira assinada, caiu de 52% para 48% da força de trabalho, aumentou o número de trabalhadores sem carteira assinada de 24% para 26%; e o de trabalhadores “por conta própria”, de 10,9% para 12,1%.

No trimestre encerrado em abril, o número de empregados sem carteira assinada já era de 11,2 milhões de pessoas, mais 368 mil pessoas em relação ao mesmo tri­mestre de 2018.

Alberto Handfas

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