A principal tarefa é organizar grandes primeiros de maio.
No fechamento dessa edição, em vários estados manifestações chamadas pela CUT, outras centrais e movimentos populares combatiam o Projeto de Lei 4330 da terceirização em votação no Congresso Nacional.
No mesmo momento, era estampada a notícia da prisão do companheiro João Vaccari Neto, tesoureiro do PT, por ordem do juiz Sérgio Moro que comanda a “operação Lava Jato”.
Há um nexo entre os dois fatos.
A maioria dos trabalhadores brasileiros escolheu o governo do PT como melhor terreno para prosseguir sua luta. Essa base social não aceita os ataques do reacionário Congresso Nacional sob comando de Cunha-Renan do PMDB que preparam um golpe brutal, com o PL 4330, contra os direitos trabalhistas. Assim como não aceita que o governo que elegeu restrinja direitos. E por isso o 15 de abril foi um dia de luta também contra as Medidas Provisórias 664 e 665, parte do plano de ajuste do ministro Joaquim Levy.
Disposta a resistir, a classe trabalhadora busca apoiar-se nas organizações que construiu, como são o PT e a CUT.
A direção do PT subordina-se ao ajuste de Levy e à aliança com o PMDB, partido que agora controla a articulação política do Planalto. Mas os trabalhadores podem cobrar o governo, cobrar os parlamentares do PT. Afinal, “não foi para fazer isso que elegemos o PT”.
A ofensiva contra o PT visa intimidar e bloquear qualquer brecha que os trabalhadores possam se servir.
A operação Lava Jato é isso: a um só tempo, pretexto para uma ofensiva contra a Petrobras, para entregar o Pré-Sal às multinacionais e também uma operação contra o PT para desmoralizar sua base que está na linha de frente com a CUT e a FUP nas mobilizações em defesa dos direitos dos trabalhadores, da Petrobras, da democracia e da reforma política com uma Constituinte. A prisão de Vaccari é mais um passo numa escalada que, desde a Ação Penal 470, prosperou diante da omissão da cúpula partidária em defender o PT cujos dirigentes viraram réus. E não vai parar.
A direção do partido não tem o direito de prosseguir com essa política que está levando o PT ao atoleiro e a nação juntamente com os trabalhadores ao desastre.
É responsabilidade de uma direção digna desse nome defender partido e o mandato popular dado a Dilma. De nossa parte não vamos esperar.
Como petistas, nos solidarizamos com o companheiro Vaccari e chamamos a defesa do PT. Prosseguimos na batalha para resgatar o petismo no PT, convidando a “agir como o PT agia” agrupando no Diálogo e Ação Petista os militantes que buscam se manter fiéis aos compromissos que construíram o PT.
Nessa via, a principal tarefa das próximas semanas é organizar em todos Estados, nas capitais e no interior grandes atos de 1o de Maio.
Neles, junto com os aderentes do Diálogo e Ação Petista, estaremos em caravanas com nossas faixas e pirulitos dialogando e mobilizando, como o PT fazia com a CUT e os movimentos populares, nos bairros e nos sindicatos, na luta para pôr abaixo o Plano Levy, defender a Petrobras e uma Constituinte.
Depois que começou a minguar a onda da reação nas ruas, mais que nunca é hora afirmar num 1o de Maio de luta. A força da classe trabalhadora é a única que pode abrir uma saída para a crise que corrói as apodrecidas instituições desse país.