Os estudantes na Universidade Federal de Santa Catarina decidiram, em uma assembleia com mais de mil presentes, entrar em greve. Por unanimidade decidiram dizer não aos cortes, exigir do governo federal a recomposição do orçamento e rejeitar na íntegra o projeto Future-se, além de exigirem a revogação da Emenda Constitucional 95 que congela investimentos na educação e saúde.
De fato, a situação é insustentável. São bilhões a menos reduzindo bolsas, assistência estudantil e outros direitos. Diversas universidades anunciaram que se não houver recomposição de verbas fecharão as portas. No caso da UFSC os estudantes denunciam “dezenas de terceirizados demitidos, falta de segurança, limpeza e manutenção, cancelamento de eventos, não renovação de bolsas e fechamento do restaurante universitário” diz a carta que deflagrou a greve.
Suspensão do vestibular?
Na UFSC setores ligados ao PSOL, PCB e outros, defenderam a suspensão do vestibular para dar um “susto” no governo. Bolsonaro agradece! O acesso à universidade não pode ser interrompido. “A suspensão do vestibular não é do interesse dos estudantes, apenas do governo autoritário que com apoio dos militares e do judiciário vendido, amigo da milícia, ataca a Previdência e age como soldadinho de Trump” destaca nota da Juventude Revolução do PT. Após intensa mobilização na base a assembleia que decidiu a greve enterrou essa proposta sem pé e cabeça.
“Rejeição na íntegra do Future-se”
Foi aprovada pelos Centros Acadêmicos uma moção dirigida aos membros dos Conselhos Universitários e reitorias exigindo “manifestação imediata contra o projeto que tem objetivo de privatizar as universidades, pois se constitui no maior ataque ameaçando a autonomia e a gratuidade”. O efeito foi positivo, o Conselho rejeitou o projeto. Esse é o caminho em todas as universidades. Tem crescido a resistência na base, especialmente nos estudantes. É aí que as entidades como a UNE devem se apoiar, pois é possível derrotar o governo. É furada apostar num projeto de Lei alternativo nesse Congresso reacionário como pretende a diretoria da UNE ou tentar “melhorar” o Future-se como querem alguns reitores.
48h de paralisação
Dias 2 e 3 de outubro haverá uma paralisação nacional chamada pelas entidades estudantis como ANPG (pós-graduação) e UNE, e pelo ANDES (docentes). A política desse governo entreguista é uma verdadeira ameaça, deve ser combatida. Para a dirigente da JR do PT Danielle de Paula, membro do DCE UFSC e da UNE, “é necessário aprovar rejeição ao Future-se nas universidades e ampliar a luta pela recomposição das verbas. É a forma de derrotar esse governo e construir uma paralisação nacional de proporções maiores. Não jogamos a toalha, a luta só começou e não aceitaremos nenhum retrocesso”.
Correspondente